A igualdade diante da lei, a prisão de Lula e o GRAN CIRCO BRASIL

Por Fernando Lobato_Historiador

               A igualdade de todos diante da lei foi evocada por Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, ao apoiar a decretação de prisão de Lula pelo juiz Sérgio Moro (ver aqui). Alckmin é um processado à espera de julgamento e também do PSDB, partido de Eduardo Azeredo, condenado em 2ª instância, tal como Lula, mas em plena liberdade em face de recursos sem prazo para serem julgados. Se isso não acontecer até setembro desse ano,  terá sua pena extinta e, muito provavelmente, não passará sequer  um dia na cadeia (ver aqui). A justiça no Brasil, portanto, é igual para todos aqueles que ela não está obrigada, em face da lógica do estado burguês, a proteger de forma especial e carinhosa. Carmem Lúcia, presidente do STF cujo voto determinou a prisão de Lula, é a mesma que, em outubro de 2017, deu nó em pingo d´água para produzir “argumentos jurídicos” para manter Aécio Neves não apenas longe da cadeia, mas também no pleno exercício do mandato de Senador (ver aqui), mesmo depois de flagrado recebendo propina e dito que assassinaria quem quisesse delatar sua conduta criminosa (ver aqui).

               Carmem Lúcia, que posou de paladina da justiça 2 dias atrás, é a mesma que APEQUENOU o STF diante de Renan Calheiros (PMDB) em dezembro de 2016 (ver aqui). O STF ficou tão apequenado, na ocasião, que parecia um ser microscópico. Para quê? Para que Renan permanecesse na Presidência do Senado e concluísse  um serviço inadiável solicitado por nosso  vampiresco presidente (fantoche  das mega-corporações econômicas internacionais). Carmem Lúcia, portanto, deu nó em pingo d´água na juridicidade para atender o pedido do temerário (ver aqui). O temerário, todos sabem, é aquele relacionado ao vídeo da mala recheada de dinheiro que Rocha Loures, seu homem de confiança, carregou pelas ruas e foi obrigado a entregá-la na sede da PF (ver aqui).  Nossa Câmara dos Deputados,  apesar disso, concluiu que não era possível afirmar que a propina tinha o temerário como destinatário e, portanto, não o afastou do cargo, onde, para nossa infelicidade e vergonha, permanece até hoje.

            Bolsonaro, pré-candidato à presidência, junto com os beatos da direita reacionária, faz festa com a prisão de Lula exaltando Sérgio Moro e a Lava Jato. Eles dizem que o país está sendo passado a limpo e que a justiça é igual para todos. Soltam fogos para o fato de que, para Lula, ela tem sido a “MAIS IGUAL DE TODAS”, bastando ver a rapidez inédita da decisão (ver aqui). Tudo porque consideram que a “justiça" precisa ser feita antes das Eleições 2018. Bolsonaro, dizem os seus beatos e paranóicos seguidores, "é o nosso messias salvador". Propositadamente ignoram que Bolsonaro é o mesmo que dá nó em pingo dágua para tentar nos convencer de que os R$ 200.000,00 que entraram em sua conta de campanha não vieram de Joesley Batista, dono da JBS (ver aqui).

             Joesley da JBS, por sinal, é o mesmo que achou que, em face da sua mega-fortuna, jamais seria tratado como um igual.  Criminoso confesso, entregou provas cabais contra Temer e 1.800 políticos que costumavam receber suas propinas (ver aqui). Depois que entregou uma tribo inteira de quadrilheiros, Joesley passou a ser visto como um igual e, bem rápido, foi junto com o irmão parar atrás das grades. Temer, delatado por ele como chefe da tribo de quadrilheiros (ver aqui), permanece na presidência e ainda tem o desplante de nos dizer que nela pretende permanecer por mais 4 anos, pois pretende se candidatar à reeleição. Temer, Aécio, Calheiros, Collor, Alckmin, Azeredo, Serra e tantos outros já processados NÃO FAZEM PARTE dos IGUAIS da "nação". Para eles, nossa justiça tem ritmo próprio e fórum mais que especial. Eis nosso GRAN CIRCO BRASIL.