AS NUVENS DO HORIZONTE PRÓXIMO: DEMOCRATIZAÇÃO OU DITADURAS IMPERIALISTAS?


O fato de vivermos em sociedades que se dizem democráticas não significa a afirmação de nossos laços com o modelo político dos gregos antigos. Nossos laços mais fortes não estão na Grécia e sim na Roma Antiga, onde a democracia, por conta da falta de acordo entre patrícios (elite) e plebeus (massa popular), acabou não prosperando. Nesse sentido, a instauração da república não foi um avanço, mas sim uma tentativa de retrocesso. Os patrícios, ao instituírem o governo da coisa pública, afastaram os perigos da crescente identificação dos monarcas com a plebe, ou seja, agiram para impedir que a coisa pública fosse dividida com aqueles que a elite teimava em deixar excluídos das benesses da civilização.

Somente com a pressão política vinda de baixo e que ameaçava implodir o modelo, os patrícios foram fazendo concessões progressivas que diminuíram a extrema desigualdade política entre patrícios e plebeus, apesar da permanência dessa desigualdade no campo econômico, fato que resultou na crescente favelização da capital e na adoção da Política do Pão e do Circo como válvula de escape da elevada pressão social sobre os governantes. Quem pensa que estamos avançando no processo de afirmação da democracia está muito  enganado. Na verdade, nos dias atuais, estamos muito próximos da instauração de um modelo imperial ainda mais global do aquele que Otávio Augusto instaurou na Roma Antiga.
Botemos nossas barbas de molho! A elite global, diante da crescente pressão por mais democracia no mundo, poderá reagir não com concessões, mas com o financiamento de novos ditadores, ou seja, com a crescente militarização do poder estatal! Passos nesse sentido estão sendo dados todos os dias, mas a massa de hoje, tal como a do passado, continua sendo anestesiada com as migalhas e o entretenimento gerados propositadamente pela matrix capitalista global, ou seja, pela política do pão e do circo da atualidade!

Comentários