A ALIANÇA DO LULOPETISMO COM OS CORONÉIS DO AMAZONAS E O BUTIM DO PROJETO COPA DO MUNDO EM MANAUS

A foto é do estádio que, no fim das contas, vai custar quase o mesmo que a ponte mais cara do mundo 
Por Fernando Lobato - Historiador        


      A face autoritária e elitista do projeto de poder lulopetista se revela não apenas na permanência de uma carga tributária que expropria, sobretudo, os que ganham menos, mas também no boicote à regulamentação do imposto sobre as grandes fortunas – previsto na Constituição-, na inexistência de uma politica de reforma agrária, na permanência da vigência da DRU, no aumento do superávit primário para garantir o pagamento de juros aos banqueiros, na limitação a 5% do PIB dos investimentos em educação, no arrocho salarial do funcionalismo público e dos aposentados, na opção por uma expansão econômica ambientalmente predatória e devastadora e por aí vai.   
   Utilizando-se de infames e variados mecanismos de cooptação, manipulação e controle político - que vai dos mensalinhos (as tais bolsas sociais) aos mensalões de parlamentares - criam todo um quadro que reforça a arrogância das oligarquias estaduais Brasil afora e que garante a desenvoltura de Sarney, Renan Calheiros, Collor e tantos outros. No Amazonas, revigorou-se o poder do grupo criado por Gilberto Mestrinho que, para além dos 30 anos já completados no poder, aspira longevidade maior até do que as ditaduras do Egito e da Líbia recém derrubadas. Braga no senado, Omar no Governo Estadual e Amazonino na Prefeitura de Manaus são a prova incontestável do que afirmo e que se reafirma pela incorporação do PT e do PC do B do Amazonas aos interesses desse grupo.
      Confiantes no seu poder de controle sobre a sociedade Amazonense, esse grupo atira-se com audácia e avidez no Projeto Copa do Mundo de 2014 em Manaus para, como abelhas que todos são, nutrir-se do "néctar" gerado pelos bilhões de reais que serão gastos nas obras exigidas pelo projeto, tudo sob o argumento de que, depois do enorme ônus que a sociedade vai arcar, o bônus virá na forma de uma suposta melhor infraestrutura urbana para a população. Pela forma autoritária e inconsequente como tudo foi planejado e está sendo executado, já é possível ver parte da lama e podridão escondida por detrás desse verdadeiro presente de grego que essa trupe legou aos amazonenses.
     O estádio Vivaldo Lima foi ao chão sem choro nem vela para justificar um custo que deverá ficar próximo ao da ponte de Iranduba – a mais cara do mundo. Mesmo contra o parecer da CGU e de todas as evidências contrárias à viabilidade do monotrilho, persiste a insistência na executação de um projeto que consumirá bilhões de recursos do contribuinte e não cumprirá com sua finalidade – o transporte rápido, barato e de qualidade para a classe trabalhadora. Amazonino, depois de tirar direitos dos estudantes, elevou a tarifa para o obsceno valor de R$ 2,75, inviabilizou o alternativo e acabou com a tarifa social nos domingos e feriados.
      Mesmo com toda a tragédia social de suas gestões do passado e do presente, vemos Amazonino, depois de anular o MPF na sua justa e bem documentada tentativa de cassação via TRE/TSE,  se mostrando cada vez mais faceiro e altivo para permanecer no comando de Manaus por mais quatro anos. Tamanha desfaçatez e confiança tem relação não apenas com o caráter comprável de boa parte das siglas partidárias locais, mas, também, de muitos dos que detém poder em variadas esferas da máquina pública. Por tudo isso se comprova a farsa democrática da atualidade, visto que o interesse da maioria, com raras e honrosas exceções, é quase completamente ignorado por quem tem o dever de zelar pelo interesse geral.
        Há apenas uma estação em Manaus - Verão com e sem chuva - mas já passou da hora de sua população começar a preparar a sua primavera! 


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