Por Fernando Lobato - Historiador
Quem vê o Socialismo Democrático como utopia está convencido de que "governar é meter a mão na merda", tal como disse o ator Paulo Betti no escândalo do mensalão do PT. Muito antes dele, Maquiavel disse que os fins justificam os meios e que não se chega ou mantém o poder sem um rompimento com as regras da ética e da moralidade. Se interpretarmos o Art. 37 de nossa Constituição, dentro dessa ótica, teremos o seguinte: "A Administração Pública obedecerá aos princípios da ilegalidade, do compadrio, da imoralidade, do ato secreto e da incompetência". Em nossa realidade política atual, infelizmente, é essa a interpretação dominante, pois, na prática dos poderes estabelecidos, continua prevalecendo um tratamento patrimonialista sobre aquilo que, no papel, é chamado de "coisa pública" (república).
O "meter a mão na m...." dito por Paulo Betti é tão somente uma outra forma de expressar a governalidade", hoje declamada em prosa e verso, como algo essencial ao Brasil que "cresce e distribui renda". É tão somente uma outra forma de dizer que a poeira deve ficar quieta embaixo do tapete, pois, se levantada, tal como no axé da Ivete Sangalo, vai pro beleléu a cooperação de "Judas" para com "Jesus". Nesse apostolado, os "Judas" nunca se assumem, mas o preço da sua "não traição" vai muito além das 30 moedas bíblicas, visto que são contabilizadas não em unidades, mas em milhões ou até bilhões. Nas grandes cidades, o sufoco do povão, o verdadeiro Cristo de nossa realidade, vai aumentando junto com o aumento das tarifas do transporte público, serviço esse, cada vez mais, nas mãos de "Judas" escondidos por detrás de licitações suspeitas.
É esse Cristo, transfigurado no povão, e há muito crucificado, que continua sustentando uma pesada e ineficiente máquina pública que, no final das contas, serve, principalmente, para atender aos caprichos dos "Judas" que "cooperam" para o "êxito" ou "governabilidade" da social-democracia cor de rosa do PT. Para muitos, esse discurso de denúncia do quadro político atual, principalmente quando feito por socialistas, soa como pura utopia, pois crêem que o conformismo com esse realismo indecente e vulgar, maior até do que o do BBB 12 da Globo, é o melhor que pode ser feito para o "bem geral da nação". Render-se a esse raciocínio é o mesmo que aceitar, tacitamente, a revogação de nossa Constituição Federal, concluída, diga-se de passagem, num momento histórico ruim para os povos do mundo, ou seja, num momento em que dois grandes desmontes ocorriam: O DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL, NO OCIDENTE, E O DO ESTATISMO COMUNISTA, NOS PAÍSES DA ANTIGA CORTINA DE FERRO.
De lá pra cá, os neoliberais foram eficientes na promoção da idéia de que o Estado deve ser um mero poder decorativo, com poderes, no máximo, regulatórios, pois a "sociedade livre", dizem eles, é capaz de se organizar por si mesma para atender todas as suas demandas. Falaciosos, eles falam muito em democracia, mas, no escurinho, vão aprimorando mecanismos para engessá-la, pois, para eles, o barulho dos descontentes é pura falta de compreensão "da boa lógica dos processos em andamento". O Brasil e o mundo já vivenciam essa falácia por quase 30 anos e a lógica desses processos demonstram, claramente, que não há luz no fim do túnel, mas sim um abismo à espera de milhões ou bilhões de seres impotentes porque se deixaram render por esse conformismo com a realidade. É hora de um rompimento com tal conformismo e de um resgate das utopia e sonhos que fizeram a humanidade avançar: SONHAR É VIVER!!!! CREIAMOS NISSO!!!!
A EDUCAÇÃO É O NORTE PARA O DESPERTAR DAS CIVILIZAÇÕES...
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