A queda de Temer, o ritual dos urubus e os descartes do deus Mercado


Por Fernando Lobato_Historiador
 O governo Temer caminha para um dos epílogos mais desastrosos de toda a História Brasilis. Toda aquela energia mobilizada para tirar Dilma e o PT do caminho agora se volta para, pelo menos, impedir que boa parte do PMDB, que sonhou dar um vôo de águia - altaneiro, seguro e duradouro - se reúna atrás das grades. A posse de Raquel Dogde na PGR, substituindo Janot (ver aqui), é vista como luz de esperança para o grupo que Joesley da JBS definiu como a maior e mais perigosa organização criminosa atuando no coração e nos intestinos da republiqueta brasilis (ver aqui). Independentemente da democratização da cadeia alcançar os caciques peemedebistas, já dá para cravar que Temer cairá e que Rodrigo Maia assumirá seu posto, pois a troca de guarda já está, inclusive, autorizada pelos que efetivamente exercem o poder nesse país: os homens e mulheres a serviço do DEUS MERCADO.
A troca desesperada de membros na CCJC da Câmara para derrubar, a qualquer custo, o parecer do relator Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que confirmou a fama de independente apresentando um relatório bastante consistente (ver aqui), é a constatação cabal de que Temer se afoga e, apesar de tantas bóias jogadas ao mar, não é certo sequer que resista à primeira denúncia, visto que, mesmo escapando vivo da primeira “flechada” de Janot (ver aqui), é quase certo que não resistirá à segunda, pois o sangue já derramado é grande e visível, fato que o deixa na condição de morimbundo. E morimbundo, como sabemos, atrai urubus ávidos por carniça. Os milhões liberados aos deputados que acenaram com o socorro a ele é a comprovação inequívoca desse fato (ver aqui).
Para esses urubus não interessa que o moribundo sucumba imediatamente, pois sabem que ainda podem surrupiar mais milhões e benesses antes de começarem a comer-lhe a carne, ou seja, os que não traírem já, vão trair daqui mais um pouquinho. Apesar de moribundo, Temer ainda crê no poder revigorante da aprovação da Reforma Trabalhista no Senado, pois imagina que esta seja uma espécie de espinafre do Popeye que o fará levantar abruptamente do caixão para derrotar os BRUTUS que lhe fazem oposição. O que ele não sabe, pois talvez não conheça tão bem o sistema do qual é parte, é que sua sanção na reforma aprovada é o último ato que DEUS MERCADO aguarda para descartá-lo, não muito diferente do que faz rotineiramente com a mão-de-obra que costuma explorar e que, a partir de agora, estará ainda mais a mercê de sua avidez e caprichos.

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