MISTURANDO ALHOS COM BUGALHOS

E por falar em Plano Brasil sem Miséria, continua a confusão em relação aos seus objetivos de fato.  Num momento se diz que, até 2014, a miséria extrema será erradicada enquanto em outro o que será erradicado é a pobreza extrema. O único termo estável é a palavra “extrema”, pois pobreza e miséria estão sendo usadas quase como sinônimos. Será extremamente miserável ou extremamente pobre alguém com ganho menor que R$ 70,00 mensais?
Se já é difícil a sobrevivência humana com o salário mínimo vigente de R$ 545,00, que diremos da situação de alguém com menos de 1/7 desse valor? Sensato é estabelecer uma clara distinção entre miséria extrema, miséria, pobreza extrema e pobreza, pois não dá sequer pra imaginar que, até 2014, tenhamos toda a população do país com renda mínima não inferior a pelo menos 1/3 do mínimo, ou seja, R$ 181.
Adotar o slogan “país rico é país sem pobreza” não passa de mera hipocrisia no contexto atual.  Tal propaganda, junto com o lançamento do Plano Brasil sem Miséria, talvez seja uma espécie de MEA CULPA INCONSCIENTE em relação à crescente proteção dos interesses dos mais ricos. Se Lula buscou copiar Vargas como pai dos pobres e mãe dos ricos, Dilma, por sua vez, tem uma vantagem pelo fato de ser mulher: pode assumir, de forma natural, a maternidade de ambos.   
Mas se todos são filhos de Dilma, não há dúvida que os mais ricos continuarão se dando melhor ou alguém duvida que a privatização de aeroportos, a construção de Belo Monte e a flexibilização das regras de licitação para as obras da Copa do Mundo e Olimpíadas irão gerar uma prole de novos ricos? Quem acredita em papai Noel, acredita que tudo isso visa o mero crescimento do país. Crescimento sim, do patrimônio de uma minoria privilegiada que Palocci, como Ex-ministro da Fazenda, tão bem assessorou em 4 anos como Deputado Federal e que, “pensando na nação” , financiou a campanha da atual presidente.  

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