O Brasil do nunca antes na história desse país vem deixando à mostra os efeitos de uma “política” que acende velas ora pra Deus ora pro Diabo. Foi o próprio Lula que afirmou que, no Brasil de nossos dias, se Jesus fosse governante e Judas líder partidário, fatalmente seria forçado a compor um governo com ele. Na época, porém, não deu nome aos Judas do seu governo. Antes disso, ou melhor, durante a crise do mensalão, o ator Paulo Betti, meio que defendendo a prática governamental do PT, disse que ninguém governa sem meter a mão naquilo que produzimos quando estamos sentados no trono sanitário.
Se vivo ainda fosse, Maquiavel analisaria os fatos e repetiria sua frase célebre e ainda, bastante atual na prática política: “Os fins justificam os meios”. É nesse velho e antigo postulado que a turma do PT, do PC do B, do PSB e outros que se dizem de esquerda querem justificar suas diabruras cada vez mais escabrosas. Querem nos convencer que é possível fazer o bem andando de mãos dadas com o capeta. O escândalo Palocci, muito provavelmente, não será o último a manchar a aura de santa mãe dos pobres que Dilma tenta criar na consciência dos que decidem as eleições.
Para levar adiante o tal espetáculo do crescimento, os “socialistas” do poder não demonstram o menor constrangimento ao aprofundar alianças com os Collor, Sarney e Barbalhos da medíocre e cada vez mais imoral politicagem brasileira. Tudo isso em nome de que? Da continuidade dos avanços do país nos campos econômico e social, dizem eles. Na prática o que se começa a vê é a crescente insatisfação daqueles que ainda não viram a cor “desses tão significativos avanços”. Os professores se levantam em greves por todo o país porque a educação não sai do lugar onde sempre esteve, ou seja, na sarjeta.
No Rio de Janeiro de Sérgio Cabral, aliado que Lula e Dilma prestigiam de montão, estourou a crise dos bombeiros. Nela, ficamos sabendo que o estado que pretende ser a vitrine do mundo nos próximos anos não paga sequer R$ 1.000,00 mensais para aqueles que colocam suas vidas em risco para servir a população carioca. Depois de demonstrar enorme insensibilidade administrativa e política, o governador veio a público chamar seus comandados de irresponsáveis e covardes. Quem foi, de fato, covarde e irresponsável nesse episódio?
Meses antes da crise dos bombeiros do Rio, assistimos, em Rondônia, a revolta dos trabalhadores contratados pelas empresas construtoras da usina de Jirau. Em breve, Belo Monte também começará a ser erguida para que o PAC não pare. Será que os episódios de Jirau irão se repetir? O que esperar como resposta quando sabemos que, junto com a vela acesa para Deus - a geração de renda e trabalho para quem precisa – outra será acesa para o diabo – a transferência de bilhões de reais dos contribuintes para empreiteiras que não se cansam de vencer licitações. Será possível esperar responsabilidade social de quem tem o lucro estratosférico como meta? Responda quem puder.
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