Por Fernando Lobato_Historiador
Essa característica se enraizou com o processo de globalização econômica iniciado com a expansão comercial gerada pelos grandes navegadores do início da Idade Moderna, fundamentais na organização dos estados absolutistas europeus (PORTUGAL, ESPANHA, FRANÇA, INGLATERRA E OUTROS). Na vigência do estado absolutista, a corrupção não apenas era parte do sistema como também era legalizada e regulamentada, pois inexistia a idéia de um poder estatal subordinado à vontade geral da população, visto que o rei encarnava pessoalmente essa vontade e tinha autonomia para distribuir bens e privilégios conforme bem entendesse. Bens esses, é importante destacar, constituídos com o trabalho do povo, ou seja, dos que não pertenciam nem ao clero nem a nobreza.
Com a Revolução Francesa e o advento do chamado estado de direito, consagrou-se o princípio da separação entre o público e o privado. O grande entrave para que isso de fato se torne realidade chama-se representatividade, pois a vontade geral continua sendo a vontade das minorias que controlam os parlamentos das repúblicas e monarquias constitucionais da atualidade. A vontade do povo continua sendo negada pela vontade geral oficial e a corrupção continua rolando solta por trás das cortinas do grande teatro democrático da atualidade. Quando o vento levanta parcialmente as cortinas e a imoralidade fica visível é aquele fuzuê de fingidas expressões de espanto. Até parece que a “sacanagem” (com a gente é claro!) não era de conhecimento da minoria no poder. E ela ainda tem a cara de pau de fingir desconhecimento.
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