FIB (FELICIDADE INTERNA BRUTA) COMO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DEMOCRÁTICO


      A inadequação do PIB (Produto Interno Bruto) como índice de sucesso das coletividades já está fartamente comprovada, pois não se pode falar seriamente em desenvolvimento sem a consequente melhoria da qualidade de vida. Em Manaus, quanto mais cresce o PIB, pior a qualidade de vida da população. Eis um dos motivos para a adoção pela ONU, desde 1993, do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) como parâmetro mais confiável para medir a evolução social, visto que cifras monetárias, por si mesmas, dizem pouco ou quase nada acerca da qualidade de vida de um povo.
       Se cresce a demanda por serviços privados de saúde e educação, tais dados serão incorporados como fatores positivos no crescimento de uma dada economia, pouco importando se isso, do ponto de vista social, implica em jornadas duplas de trabalho para o seu sustento. No cálculo do PIB, o bem estar social é completamente ignorado, pois o que importa é a verificação do grau de expansão ou retração dos negócios que, supostamente, provocam a felicidade ou o infortúnio dos envolvidos no processo de produção e consumo. Nada mais enganoso num mundo de  recursos naturais finitos e limitados. Nossa necessidade não é de crescimento, mas sim de maior justiça no processo de produção e distribuição da riqueza.
         Numa sociedade que se quer democrática, o centro da vida não deve ser a busca tresloucada pelo acúmulo de riquezas, mas a produção de um conforto material coletivo ligado também ao desenvolvimento dos afetos que permitem uma maior sinergia social em torno de objetivos que transcendam a realidade meramente material. Veio do Butão, pequeno país do Himalaia, uma definição verdadeiramente moderna de desenvolvimento. Lá, o índice oficial é o FIB (Felicidade Interna Bruta), ancorado em quatro princípios: desenvolvimento sustentável e equitativo, preservação cultural, respeito ao meio ambiente e boa governança.    
          Eis aí um exemplo para o ocidente seguir e se espelhar, visto que os butaneses estão corretíssimos ao vaticinar que desenvolvimento tem de trazer felicidade (paz social). Se não for assim, não é desenvolvimento, mas stress e loucura.

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