O PERIGO DO CINISMO SEM LIMITES

        A História do Brasil Republicano está marcada pela alternância de dois regimes que sucedem um ao outro: REGIME AUTORITÁRIO COM CORRUPÇÃO CAMUFLADA E REGIME ELEITORAL COM CORRUPÇÃO EXPLÍCITA. Depois da última fase autoritária (1964-1985) entramos novamente na fase do REGIME ELEITORAL COM CORRUPÇÃO EXPLÍCITA. O grande problema disso é a possibilidade sempre aberta de um novo movimento do pêndulo político para o lado oposto, ou seja, para o do AUTORITARISMO COM CORRUPÇÃO CAMUFLADA.
     Ambos tem sido regimes corrompidos e não democráticos, posto que a DEMOCRACIA, conforme frisei em A DEMOCRACIA COMO AFIRMAÇÃO DO SOCIALISMO –ver matéria neste blog-, ainda não é vigorosa em nenhuma parte do mundo. É incipiente e emergente, penso eu, em alguns países (Noruega, Suécia e outros), mas realidade distante para nós, principalmente por conta do pavoroso índice de analfabetismo político que assola o país e que não exclue sequer boa parte dos que ostentam diploma superior. Onde buscar esperança nesse quadro? Eis a questão que nos empurra para a continuidade do círculo vicioso que nos infelicita.
      Em tempos de REGIME ELEITORAL COM CORRUPÇÃO EXPLÍCITA, corruptos de longa data tiram onda de paladinos da ética e da moral e são uns dos primeiros a clamar pela ação dos homens de farda. No seio fardado, há sempre quem infla o pulmão de ar e se convence de sua missão como cavaleiro da esperança. No poder, experimentam a desventura do poder ilegítimo e a impotência diante da elite que os apoia, mas como nínguem pode mais chamar nínguem de feio, cacete em quer der algum pio. O cinismo sem limites é perigoso por isso: GERA RAZÕES PARA AÇÕES IRRACIONAIS. Hitler e outros foram filhos desse tipo de racionalidade insana.

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