BELO MONTE: RETRATO DE UM GOVERNO REFÉM DE INTERESSES ESCUSOS

"Por isso que eu falo que não é o governo Lula, é o governo Lula/Sarney. E agora Dilma/Sarney. Constituiu-se um amálgama entre os interesses históricos do superfaturamento de obras, sempre falado, nunca evidenciado. Não se trata de construir uma usina para produzir energia elétrica. (....) O que está em jogo é a utilização do dinheiro público e especialmente o espaço de cinco, seis anos em que o empreendimento será construído. É neste momento que se fatura. (...) É quando prefeitos, vereadores, governadores são comprados e essa situação é mantida. Estou sendo muito claro ao expor a minha percepção do que é uma usina hidrelétrica como Belo Monte" - Célio Bermann (Doutor em Sistemas de Planejamento Energético pela UNICAMP) 
    Faz pleno sentido, na lógica do suicida, atirar-se de um prédio de dezenas de andares para esborrachar-se no chão. Não faz sentido, porém, para um governo que propagandeia comprometimento social, o gasto, ainda subestimado, de mais de 50 bilhões de reais numa obra que está conseguindo unir, contra ela, tão diversas tendências sociais e políticas de dentro e fora do pais.  Dilma, dias atrás, se viu constrangida em público por uma jovem cientista que fez questão de expressar o seu posicionamento contra Belo Monte (clique aqui para saber mais). É essa saia justa em que o governo se enfiou que faz essa polêmica obra ser um retrato fiel do caráter refém de um governo comprometido até o pescoço com interesses escusos e nada patrióticos. 
     Eliane Brum, jornalista da Revista Época, entrevistou Célio Bermann, nada menos que Doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos pela Unicamp e uma das maiores autoridades no assunto, para falar sobre Belo Monte (clique aqui para saber mais). Se considerarmos exagero 70% do que ele diz, os 30% que restam, ainda assim, são suficientes para arrepiar os nossos cabelos diante da subserviência do grupo dirigente atual de nosso país, maior, talvez, até do que na Ditadura Militar, quando era evidente e descarada a ingerência americana em nossos assuntos domésticos. Evidentemente que a ingerência dominante de hoje tem uma face globalizada, ou seja, de megacorporações com interesses em várias regiões do mundo e que tem, no Brasil, algumas de suas mais importantes bases operacionais.
      A questão energética suscitada por Belo Monte evidencia também outra questão de fundo: O Brasil ascendeu à condição de "potência econômica emergente" em função do "sucesso" dos governos FHC/LULA, como a elite quer nos fazer crer, ou como fruto da reestruturação econômica que os grandes tubarões internacionais, que aqui aportaram,  estão impondo no Brasil, EUA, Europa e resto do mundo? É bom nunca esquecermos que a globalização é como um tufão que tudo suga e arrasta para o seu centro e, nesse sentido, não há muitos motivos para crer que estejamos nos inserindo globalmente da forma altiva e soberana como diz a propaganda oficial. 
   Enquanto o mundo verdadeiramente desenvolvido e civilizado busca remodelar-se energeticamente fazendo uso de fontes alternativas até então pouco utilizadas (solar, eólica, biomassa, etc), nosso país quer continuar expandindo um modelo (hidrelétrico) de elevado custo econômico, ambiental e social e, o que é ainda pior, propondo a retomada do famigerado programa nuclear que faz da Usina de Angra dos Reis um monumento à imbecilidade. Célio Bermann, de forma irônica, diz que o "Programa Luz para Todos" de Lula/Dilma/Sarney deveria se chamar "Conta de Luz para Todos", no que eu concordo e assino embaixo, visto que há formas muito mais democráticas e baratas de inclusão energética.
       Ainda na questão energética, recentemente fomos despertados para a presença de "tubarões" internacionais do petróleo, em face da exigência de custos operacionais mínimos para a formação de lucros máximos, manchando de preto o nosso mar já tão poluído. Quando se iniciarem as operações do Pré-sal, quantos outros vazamentos ocorrerão? Será que eles vão ser tão comuns no noticiário quanto são as denúncias de corrupção dentro do governo? Será que junto com a pompa de um dos maiores produtores de petróleo do mundo não iremos ostentar também o título de maior poluidor do planeta? Será que já não basta os inúmeros títulos desonrosos que temos na área social? E tudo isso para quê? Para termos um povo mais educado, saudável e feliz como dizem? Se depender dos "tubarões" que estão por detrás de Sarney e Cia, dos quais Lula e Dilma são reféns, é bom atentarmos para o que é o Maranhão depois das décadas em que esse bigodudo está no poder. 

Comentários

  1. O SEU BLOG ESTÁ MUITO BACANA. ESSA PARTE DO ABC DA POLÍTICA TÁ EXCELENTE.

    PARABÉNS.

    JEVALDO DA SILVA

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