A
última parte de "Horário Eleitoral Gratuito, a Ilha da
Fantasia e o Reino do Migué" enfoca as demais candidaturas, ou
seja, a dos três que se definem como representantes do SOCIALISMO –
Herbert, Navarro e Serafim –
além das de Pauderney Avelino e Jerônimo Maranhão, o único
estreante em eleições majoritárias.
O que é o
socialismo depois do colapso, sobretudo, da ex-URSS? Eis a pergunta
que não quer calar e que tem as mais variadas respostas, dependendo
do questionado. Penso que o socialismo jamais desaparecerá como
projeto político tendo em vista que aquilo que o move, ou seja, a
busca por um mundo sem alienação, exploração e opressão e onde
todos possam sentir-se livres e felizes, ainda é um sonho muito
distante da realidade.
Particularmente,
penso que o capitalismo, enquanto sistema, está com seus dias
contados por que o mesmo se desenvolveu a partir da promessa de um
mundo mais feliz e próspero para todos. Com base nessa promessa, as
monarquias absolutas limitaram o poder dos senhores feudais e abriram
o caminho, não apenas para as Índias, mas, sobretudo, para aquilo
que hoje entendemos como globalização. Foi isso que, depois,
impulsionou a Revolução Industrial e as Revoluções Liberais dela
decorrentes.
Apesar da
enorme dor que criava ao crescer e se expandir, o capitalismo foi
sempre capaz de vender a esperança de um mundo melhor e mais
próspero, inclusive quando recrutava os povos para as guerras
mundiais do Século XX. Essa capacidade,penso eu, se esgotou e não
tem mais como ser reafirmada sem uma grotesca deformação da realidade
que está posta e que, inegavelmente, é fruto da expansão do
próprio sistema. É em torno de uma alternativa ao que está posto
que se ancoram os mais diversos discursos que, na atualidade, se
apresentam como socialistas.
Luiz
Navarro, representando o PCB, começou o Horário Eleitoral dizendo
que o capitalismo é o culpado por ele não ter condições de
chegar mais perto do eleitor. De fato, não tem como chegar tal como
o Sabino, de helicóptero, mas de carro ou de ônibus é plenamente
possível, basta querer. A afirmação de Navarro, na verdade, desvia
o foco da sua incapacidade para agregar novos atores políticos em
torno de si e de seu partido.
Herbert
Amazonas, do PSTU, não fez uso, nesta eleição, do chavão já por
demais batido e nunca compreendido pela massa, ou seja, o "NÃO
VOTE EM BURGÊS, VOTE 16!". Fugindo do habitual, tem apresentado
propostas para a solução dos graves problemas de Manaus, ainda que
por demais genéricas e sem uma fundamentação mais cientificista,
ou seja, de como e de que forma pretende implementá-las, ainda que como fruto das discussões dos Conselhos Populares que serão criados caso chegue ao poder.
Serafim
Corrêa, do PSB, se diferencia de eleições anteriores pelo maior uso do vermelho em suas aparições e por uma maior ênfase no
"S" de sua sigla, talvez por conta de sua aliança com o
PSOL, partido deste que vos escreve. É fato que o PSB não tem uma
ênfase no "S" tão enfática como nós do PSOL
gostaríamos, mas, diante das incoerências e absoluta fragilidade do
PSTU e do PCB locais, acabou sendo a melhor aliança socialista
possível de ser celebrada, tendo em vista o recuo do PSOL Manaus em
lançar candidatura própria num cenário tão inflado de
pretendentes à Prefeitura Municipal.
Por fim,
resta-nos falar das candidaturas de Pauderney e Jerônimo. O primeiro
me surpreendeu ao manter sua candidatura mesmo após a entrada de
Arthur na disputa. Imaginava que poderia renunciar em favor de
Arthur, mas acabou não seguindo o exemplo de Hissa do PPS que, mais
uma vez, mandou o "S" de sua sigla pro espaço sideral.
Jerônimo é o estreante que tem se pautado por um discurso
tecnicista cujo resultado eleitoral somente será conhecido no dia 07
de outubro, ou seja, se será suficiente para lhe render uma votação
melhor que a de Herbert e Navarro.
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