Por Fernando Lobato_Historiador
O ano após o
fim do mundo que não ocorreu começou, apresentando a surpresa da renúncia de um papa após mais de 600 anos. Bento XVI
disse adeus ao trono do Vaticano e devolveu a bola para os cardeais que,
surpreendentemente, escolheram um argentino como sucessor de Pedro. Para desânimo e tristeza de muitos que
torciam pelo primeiro papa brasileiro, deu Argentina na cabeça. Para o bem ou
para o mal, à
revelia do que pensam ou querem as instituições, para muita gente, o que
importa mesmo é ter algum motivo para comemorar e fazer festa e, nesse sentido,
muitos podem não ter gostado de ter tido sua festa melada por um argentino.
Particularmente, devo dizer que simpatizei com o
novo Papa. Primeiro, porque adotou o nome de um santo que admiro: São Francisco. Tomara que, de fato, o novo papa
governe pensando no amor de São Francisco pelos pobres e pela sua vida simples
e desapegada de bens materiais ou pompa. São Francisco do respeito pelos
animais e pela natureza em geral. São Francisco que é um exemplo iluminador num
mundo imerso nas trevas do consumismo e da vida fútil e sem nenhum sentido voltado
à construção
de um lar mais digno para toda a humanidade. Em segundo lugar, simpatizo com o
novo papa pela sua latino-americanidade. É alguém que conhece o quanto a
economia capitalista é perversa e cruel, sobretudo, com os mais despossuídos,
bem como por já ter dado mostras de que não é
simpático com o neoliberalismo. Que o
marketing em torno de sua figura se traduza em mudanças condizentes e coerentes
com o aceno dado no início de seu pontificado.
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