Por Fernando Lobato_Historiador
Quando uma
autoridade pública fala ou faz uma declaração na imprensa, presume-se, em
face da dignidade do cargo e do dever de falar a verdade, que não mente ou
falta com a verdade. Na edição de 23.03.2013 do Jornal A CRÍTICA, em
manchete de primeira página, Eduardo Braga, Senador da República e líder do governo
Dilma, declara o seguinte: "EU NUNCA PRATIQUEI ATO ILÍCITO NO
AMAZONAS". Certo é que a dignidade dos cargos que Braga
ocupa e já ocupou nos induz à presunção que está falando a verdade,
certo é também que crédito deve ser dado ao Procurador Geral da República,
Roberto Gurgel, o mesmo que denunciou o mensalão do PT, quando conclui que Braga é suspeito de ter participado
ou contribuído para o desvio fraudulento de uma fabulosa soma de verba pública
quando era Governador do Amazonas. Na linha de Gurgel, outras autoridades de
nossa república também concluíram que há indícios da culpabilidade de Braga e,
por conta disso, o STF decidiu abrir inquérito investigativo contra o mesmo.
Contra Braga
pesam ainda outros casos até hoje não muito bem explicados e que indicam a
existência de desvios ainda maiores do que este que o STF decidiu abrir
inquérito. Esse é o caso das obras "fantasmas" do Alto Solimões, em
que o Consórcio Conaltosol teria embolsado mais de R$ 18 milhões sem pregar
sequer um prego na região. Nas áreas que hoje deveriam estar asfaltadas, a lama
continua imperando. Há ainda o famoso caso Renata, onde o atual prefeito de
Manaus, Arthur Neto, teve participação ativa. Renata Barros, na época em
processo de separação de Rosinei Barros, denunciou e entregou a Arthur documentos
que supostamente comprometeriam Eduardo Braga e seu marido. Segundo o divulgado
na época (ver matéria aqui), Rosinei Barros seria "laranja" de
Braga em licitações envolvendo compra de combustível pelo Governo do Amazonas. Há
ainda as suspeitas em torno do custo
final da ponte sobre o Rio Negro e outros casos que não prosperaram em forma de
denúncia efetiva.
O fato é que o caso que hoje faz Braga ser
oficialmente investigado é apenas mais um entre outros que ainda podem ser
objeto de processo investigativo. Todavia, em face das regras do Estado de
Direito, que diz que todos são inocentes até prova ou julgamento em contrário,
Braga poderá continuar ostentando e jurando inocência. OficialMENTE, ninguém
ainda pode afirmar, publicaMENTE, que Braga MENTE quando se diz inoCENTE. Se for
provado jucialMENTE que MENTE, das duas uma: ou é um cara de pau indeCENTE ou está tirando sarro com a cara da GENTE, pois
tem certeza que vai gastar e viver bem com a nossa grana impuneMENTE!!!
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