O PT ESPOSA, O PMDB PAI E MARIDO E A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2014

Embora querendo ser a jibóia na relação,  o PT se vê cada vez mais enlaçado e dominado pelo PMDB.

Por Fernando Lobato_Historiador
Quem assistiu o último programa nacional do PMDB saiu com a  impressão de que, na relação íntima que este mantém com o PT, ele é pai e marido. Na propaganda veiculada, o PMDB carregou tinta na pintura que retrata o Brasil do PAC, do Bolsa Família e do Plano de Combate à Miséria como filho legítimo de seu casamento com o PT de Dilma.  Pelo que a realidade dos fatos nos mostra, ou seja, com a entrega do comando da Câmara e do Senado aos peemedebistas (Renan Calheiros  e Eduardo Alves), houve uma renovação desses laços matrimoniais tendo em vista a eleição presidencial de 2014.
 É importante destacar  o desejo do PT de se manter como pai e marido nessa relação, mas, não apenas porque Dilma é mulher, se vê forçado a se contentar com  a condição de esposa.  Entre os fatos que contribuem para que aceite ser enlaçado pelo PMDB estão o fraco desempenho da economia, o desgaste provocado pelo julgamento do mensalão e, sobretudo, o grande avanço do PSB nas Eleições 2012 e a virtual candidatura de Eduardo Campos em 2014.  Se uma aliança for selada entre Campos e os tucanos – hipótese não descartável –  constitui-se um cenário bastante complicado para a reeleição de Dilma, algo que o PT quer evitar a todo custo seja jogando-se nos braços do PMDB seja renovando e reforçando os laços fisiológicos que o ligam ao partidos de sua base de apoio.
Essa situação não é muito diferente daquela que fez os tucanos selarem o seu casamento com o PFL  - atual DEM -  no tempo de FHC ou de quando Collor, se vendo diante de um eventual impeachment, confiou a condução de seu governo nas mãos desse mesmo partido. A nau petista dá as primeiras demonstrações de que pode naufragar em 2014 e o momento é de reforços e remendos na estrutura que a mantém com navegabilidade.  Pode-se esperar, para além dos Renan Calheiros, mais entrega e dilapidação inútil de dinheiro público com o fim promíscuo e anti-republicano de acomodação dos vampiros prontos a servir aos que estão dispostos a pagar a fatura da sua "lealdade".
A "reforma ministerial" que Dilma inaugurou esta semana é somente o começo desse processo viciado e corrupto que tem sua origem no período colonial. A grande mídia e o grande capital, cada vez mais monopolista e sem escrúpulos, tecem críticas e considerações leves, mas, no fundo, são cúmplices do processo, pois, afinal de contas, não irão deixar de continuar faturando alto. Com Dilma, Aécio, Campos ou Marina – tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes. No máximo, vão fazer uma reforma ali ou acolá para dar a impressão de que os tempos são outros.

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