O Dia da Mentira, o 10 de abril e os cem dias de Arthur Neto na Prefeitura Municipal de Manaus

Arthur disse que mudaria a cara de Manaus em 100 dias. Terá sido uma  pegadinha de dia da mentira atrasado?

Por Fernando Lobato_Historiador

O mês de abril tem início, tradicionalmente, com o Dia da Mentira. É o dia em que, com o fim de causar espanto ou surpresa, narra-se fatos ou histórias mirabolantes ou fora do normal. Quando quem ouve o relato parece dar crédito ao que fala, o mesmo então diz: É PRIMEIRO DE ABRIL.
Em face do simbolismo do número 100, prefeitos Brasil afora, por pura maldade ou falta de consideração com o eleitor que os elegeu, resolveram, deliberadamente, mudar o Dia da Mentira para o último dia 10 de abril. Todos contaram a história surreal de que, em apenas 100 dias, mudariam a cara de suas cidades. Não disseram, porém, se para melhor ou pior.
Manaus foi uma das cidades em que o prefeito eleito, Arthur Neto contou a mesma história. Não veio a público, menos mal, sacanear e debochar dos eleitores que acreditaram nas historinhas do período eleitoral, mas ele, como todos sabem, foi apoiado por Amazonino que, no íntimo,  durante, quatro anos seguidos, dizia É PRIMEIRO DE ABRIL para todos os que acreditaram nas suas fanfarrices de 2008.

A História dos Cem Dias de Arthur Neto na PMM será marcada pelo jorrar intenso das águas. Não na torneira dos manauaras, mas levando carros e pânico nas ruas.

O que mudou na cara de Manaus em cem dias de Arthur Neto? Afora a tentativa quase tresloucada de tapar os buracos que seguidamente aparecem no asfalto chinfrim e pouco durável que colocam sabe se lá a que preço, o que mudou mesmo foi o preço da tarifa de ônibus, agora em R$ 3,00, apesar da fala grossa inicial contra os empresários do setor. Amazonino, todos lembram, era muito bom nesse tipo de teatrinho cujo final era sempre traumático para a população.
O aumento da tarifa do ônibus é outro fato que marcará para sempre os 100 dias de Arthur.

Mudou também a nossa atenção com o piso onde andamos, pois o movimento das adutoras rebeldes – ver artigo aqui – nos forçou a olhar sempre pra baixo, visto que todos passamos a correr o risco, não sabemos em que lugar ou momento, de sermos levados pelas águas da Manaus Ambiental. Não mudou, porém, a rotina nos domicílios onde a água continua a não chegar. Diz o nosso prefeito, numa outra historinha em que costuma falar grosso, que essa empresa, se não levar água pelo cano, poderá pegar o beco.
Será mesmo? Será que não é outra historinha igual a dos cem dias? E se mandar mesmo, será que a outra que virá vai mudar o caos do nosso saneamento? Será que dá pra acreditar nisso? Falo isso, porque tucano não estatiza, mas sim privatiza tudo o que for possível. Será que foi esse o principal motivo do apoio de Amazonino? O rei das privatizações inconsequentes. Será? Se sim ou não, o fato é que, pelos menos, podemos tirar sarro dizendo: É DEZ DE ABRIL!

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