Fernando Lobato_Historiador |
As Eleições
2014 se aproximam e os adversários de Dilma ou Lula intensificam os preparativos.
Entre os pré-candidatos já anunciados constatamos vários querendo ser o novo sem
apresentar nenhuma novidade no campo programático. Esse é o caso de Aécio,
Campos e, sobretudo, Marina. A grande
novidade, caso se confirme, será a candidatura de Serra pelo PPS. A novidade, é
óbvio, não está em Serra, mas na obrigação
de se mostrar como rebelde se quiser atrair alguma atenção. Vai ser no mínimo cômico ver um conservador se assumindo como rebelde.
Aécio vai nos vender
a imagem de um homem ainda jovem, moderno, antenado, inteligente e capaz de
fazer o país crescer e se desenvolver socialmente usando o desgastado receituário
neoliberal dos tucanos, ou seja, com reformas no estado para enfraquecê-lo
ainda mais e com medidas econômicas para ampliar o domínio e o poder das grandes
corporações privadas. Pelo visto, os
tucanos acreditam piamente que o povo ignora que a crise da Europa e dos EUA é
fruto do longo tempo de vigência desse receituário. Depois das revelações do “METRÔSALÃO”
– ver postagem anterior - ficou ainda
mais difícil acreditar nesse migué. Se assim procederem, sofrerão uma derrota
fragorosa tanto na disputa para a presidência quanto no governo paulista.
Campos, por
sua vez, vai vender a tese de um “socialismo” bem conduzido e bem sucedido em
Pernambuco. Vai enfatizar que o sucesso de suas práticas “socialistas” é
comprovado pelos elevados índices de aprovação que desfruta e que o colocam
como o governador mais bem avaliado do país. Vai dizer que seu receituário “socialista”
é melhor que o do PT por ser mais soft e,
por isso mesmo, mais capaz de contar com o apoio e boa vontade das grandes
corporações capitalistas. Veremos o neto de Miguel Arraes, esse sim socialista,
pregando ser capaz de realizar a profecia de Isaías que diz que um dia o lobo e o carneiro pastarão
juntinhos. Pelo que se vê de sua constante presença em São Paulo, é mais
provável que Campos, se eleito, logo revele sua pele de lobo por debaixo da
capa de cordeiro.
Marina, por
sua vez, fugirá como o diabo foge da cruz do debate capitalismo x socialismo.
Dirá que a sustentabilidade equilibra e harmoniza toda a conjuntura. Dirá que é
possível crescer economicamente sem agredir o meio ambiente. Isso, de fato, é possível, mas como realizar esse feito sem
mexer no processo de produção e, por consequência, na lucratividade dos grandes
negócios?. É óbvio que toda
empresa, assim como a Marina, quer ser vista como ecologicamente responsável,
mas são raras as que aceitam pagar esse custo. Esse custo, na lógica
capitalista dominante, é sempre jogado no colo do governo e da sociedade, ou
seja, a sujeira é socializada para manter a lucratividade limpinha. Marina, é
bem verdade, até tem uma aura de santa, mas é óbvio que não tem a menor
condição de operar esse milagre.
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