O Bruce Willis, o Zagalo e as ondas de junho

Lula foi a "esperança que venceu o medo" em 2002, mas a "esperança" logo começou a meter a mão em cocô e deu no que deu: NO REVIGORAMENTO DESCARADO E SEM PUDOR DA VELHA POLÍTICA.

Por Fernando Lobato_Historiador

As grandes manifestações de junho último atiçaram a discussão em torno do que tem sido chamado de NOVA POLÍTICA, ou seja, da necessidade de novas práticas em nosso combalido e corrupto sistema político-partidário. Práticas que venham coroar a ética, a transparência e um real compromisso dos governantes com o interesse público. Práticas que venham sepultar práticas ainda vigentes e que remontam ao tempo da República Velha (1894-1930), quando o voto apenas “legitimava” o poder de mando das oligarquias e dos coronéis a elas ligados. Era o tempo de um Brasil marcadamente agrário, com as feridas ainda abertas de uma escravidão que durou mais de três séculos e meio e com um percentual de analfabetismo superior a 90%. Tempo de uma “República” ancorada no voto de cabresto.

Setenta e dois anos depois do fim da República Velha, “a esperança venceu o medo” e levou LULA ao planalto. Menos de um ano depois, a “esperança” começou a sujar a mão com cocô. Sem meter a mão no cocô, disse o ator Paulo Betti, NINGUÉM GOVERNA. Paulo Betti, petista de carteirinha, usou essa expressão, em 2006, quando estourou o escândalo do mensalão. A partir de sua máxima, chegamos à conclusão de que “GOVERNAR É A ARTE DE IMPRIMIR DIGITAIS COM COCÔ. Eis, de forma simplória e bem porcalhona, isso que é chamado de “VELHA POLÍTICA”. Velha ainda forte e vigorosa em plena “NOVA REPÚBLICA”. O cabresto hoje, todavia, já não tem na dentadura, no lote de tijolos ou na cesta básica a sua forma predominante, mas sim num cartão magnético que distribui migalhas ou alguma vantagem em troca do voto nos patrocinadores.

 Com tal estratégia, ampliada agora para setores da CLASSE MÉDIA com programas como o MINHA CASA MINHA VIDA e MINHA CASA MELHOR, Dilma segue os passos de seu mestre e crê que, com esse esquema, irá reduzir a maré de insatisfação que se avoluma nos grandes centros urbanos do país. Institutos de pesquisa, sistematicamente, anunciam que a estratégia está dando certo e que Dilma tem tudo para conquistar a reeleição já no 1º turno de 2014. Será mesmo que as ondas de JUNHO se acalmaram para não mais se agitar ate outubro do próximo ano? Será que as práticas e táticas da VELHA POLÍTICA serão novamente vitoriosas em 2014? Até o momento parece que sim, pois os favoritos na disputa - DILMA, AÉCIO, CAMPOS ou MARINA - apostam suas fichas nessa “VELHA” que tem tudo haver com o BRUCE WILLIS e o ZAGALO, ou seja, É DURA DE MATAR E DURA DE ENGOLIR.