Por Fernando Lobato_Historiador
O ID ou
inconsciente, diz Freud e o Wikipédia, é a parte do ser psíquico que não
conhece inibição por estar desconectado da realidade. Quando fala, fala daquilo
que vê e percebe diretamente, ou seja, sem maquiagem ou adaptações. O ID é
assim porque ignora o superego, ou seja, aquilo que a sociedade quer ou deseja
ouvir, ainda que por pura hipocrisia. Eis o que explica a troca de palavras de
Marina Silva quando anunciava seu casório com Eduardo Campos do PSB. Seu ID lhe
disse que sua pretensa união é PRAGMÁTICA, mas o superego, puxando-lhe a
orelha, mandou que utilizasse a palavra PROGRAMÁTICA.
Meu ID, diante
do ato falho de Marina, também se manifestou e produziu uma sonora gargalhada quando a notícia estava sendo veiculada. Alguns em volta, em
face da estridência, me olharam de forma esquisita e, por questão de educação,
baixei a quase zero o volume da gargalhada. Meu ID reagiu assim em face da
evidente trapalhada que Marina estava cometendo e as trapalhadas, é fato, o
acionam quase automaticamente. Finda a gargalhada, lembrei-me de uma matéria da
Revista “ISTO É” que disse de Marina o seguinte: BOA DE VOTO E RUIM DE POLÍTICA.
Essa inabilidade,
no meu entendimento, tem relação com as limitações do EGO de Marina. O EGO é
aquele que reprime o ID em função de uma avaliação situacional. É aquele que
negocia com a realidade, ou seja, com o superego, para atingir seus fins
pessoais. Marina, ao se unir a Campos, avalia estar fazendo a melhor escolha
visando o seu fim – O PLANALTO – e, por conta disso, já disse Maquiavel, faz
uso dos meios disponíveis, ainda que antiéticos. Marina, tá na cara, quer a
cabeça de chapa do PSB em 2014 e Campos, pelo que tudo indica, ficará feliz com
a condição de vice se Marina se mostrar favorita diante de Dilma.
O grande
problema da escolha de Marina diz respeito ao risco. Campos, hoje, adoraria ser
o vice de Dilma e só se rebelou porque o PMDB fechou o seu caminho. Campos é um
cacique político da nova geração e não representa a nova política pregada pelo
partido que Marina quer registrar no TSE. Campos tem o PSB na mão e Marina,
quando se filiou, virou sua refém. Campos tem agora a faca e o queijo na mão e,
caso Marina se mostre uma adversária difícil, pode fazer o PMDB lhe oferecer a vaga de vice com Dilma. Marina quer
enfrentar Dilma, não há dúvida, mas tinha, diante de si, opções mais tranquilas
e confortáveis que o PSB. Para Marina só restou a opção de REZAR MUITO para que as coisas caminhem do jeito que espera. Menos
mal que, sendo evangélica, sabe fazer isso muito bem.
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