Marina não foi para o PROS, mas trocou o PRO...gramático pelo PRAG...mático |
Por Fernando Lobato_Historiador
O STF, até bem
pouco tempo, parecia colaborar com as instituições que tentam fazer nossa
democracia deixar de engatinhar para começar a andar de verdade. Foi
importante, nesse sentido, a decisão de 2007 determinando que mandato eletivo é
do partido e não do eleito. Essa decisão limitou os imorais “trens da alegria”
que se formavam logo após o fim de uma eleição. Sem pudor e na maior cara de pau,
polítiqueiros dormiam oposição e acordavam instalados na base de apoio ao novo
governo. Eis porque não há duvida de que mensalinhos e mensalões fazem parte da
vida nacional há bastante tempo. Com a reviravolta no julgamento do MENSALÃO DO
PT ficou claro que o tribunal, principalmente após a entrada do Ministro Dias
Tofoli – ex advogado do próprio PT - , está muito longe de ser visto como acima
de qualquer suspeita.
Com a admissão
dos embargos que livrarão da cadeia a cúpula petista, ficou a sensação de uma
peça encenada com epílogo já pré-definido. Nas cenas iniciais, o STF
demonstraria seriedade e agiria com JUSTIÇA- sem ver a quem -, mas, na hora H,
tiraria as vendas e daria tratamento adequado a quem continua sendo uma das mais
altas autoridades da “república” mesmo sem cargo ou mandato – Zé Dirceu. No
papel, tudo conforme o previsto, na prática, TUDO COMO DANTES NO QUARTEL DE
ABRANTES. E assim, num primeiro momento, as portas se fecharam para a
impunidade com o julgamento e a condenação dos mensaleiros para, logo em
seguida, janelas serem abertas para os condenados mais ilustres.
Outra decisão
do STF que vem funcionando como janela escancarada para a impunidade e a corrupção
é a que impede a perda de mandato nas mudanças para legendas recém-criadas. Eis
um dos estímulos para a criação de um número descabido e sem propósito de novos
partidos. Como a porta principal foi fechada em 2007, esta janela vem sendo
cada vez mais utilizada pelos saudosos do “TREM DA ALEGRIA”. Gilberto Kassab,
rompido com o DEM, construiu essa janela em tempo recorde e a chamou de PSD.
Pelo sentido expresso na interpretação do STF, tal janela exigiria uma
ideologia ou programa novo ou original, mas, na prática, isso tem sido ignorado
na grande maioria dos casos. KASSAB, ao ser questionado sobre a ideologia de seu partido,
disse que o PSD não era de DIREITA, CENTRO OU ESQUERDA. Era o quê então? A resposta todos sabemos.
Diferente de
Kassab, Marina Silva, na construção do Rede, buscou observar pelo menos a
questão programática. Não observou, porém, o sentido oculto na janela aberta
pelo STF, ou seja, a criação de legendas para esvaziar a oposição e facilitar a
vida do governo chefiado pela dupla JACARÉ – CROCODILO ou PT-PMDB – difícil dizer
quem mais se parece com quem – Como diz um provérbio antigo: AOS AMIGOS, TODAS
AS FACILIDADES E, AOS INIMIGOS, TODO O RIGOR DA LEI. Marina Silva foi a vítima mais
recente desse provérbio. Prova cabal disso é que as mais novas janelas abertas
para a formação de “TRENS DA ALEGRIA”, o PROS e o SOLIDARIEDADE, não tiveram
dificuldades para obter o registro, apesar das denúncias de fraude do
Ministério Público contra o segundo – ver matéria aqui.
O Rede ficou insustentável diante de outras
redes de prós e solidariedade ao Planalto. O resultado foi a decisão de Marina de
mandar o programático às favas. Seduzida pelo pragmatismo da velha política, atirou-se
nos braços de um cacique político da nova geração - NÃO DA NOVA POLÍTICA-:
EDUARDO CAMPOS. Sobre esse casamento falarei no próximo post.
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