O voto do eleitor, o verde da "ideologia" verde e a tentativa de agradar a gregos e troianos

Marina apelou pro pragmatismo para dar uma espécie de pulo do gato visando seu objetivo de chegar ao Planalto. Sua posição vacilante e dúbia é reflexo da ausência de uma identidade ideológica norteando os seus passos.

Por Fernando Lobato_Historiador


O que decide uma eleição, mais do que o voto do eleitor, é a forma como este avalia os nomes à sua disposição, bem como o processo do qual participa de boa ou má vontade, visto que, no Brasil, o voto é ainda obrigatório. Ele avalia os nomes a partir da imagem que projeta dos candidatos, ou seja, em função do carisma que percebe, do partido ao qual pertencem, da origem de classe, formação intelectual, jeito de se expressar publicamente, história de vida, ideais e projetos, etc. Cada eleitor dá, em função de sua visão de mundo e escolaridade, maior ou menor importância a cada um destes aspectos. Eis porque, na forma de embate atual, recurso financeiro e tempo total de propaganda na TV e no RÁDIO são armas fundamentais para se vencer uma disputa. É essa realidade que faz, no tempo eleitoral, a fortuna de publicitários e marqueteiros, visto que são estes profissionais que “mapeiam” a forma como a maioria do  eleitorado está propenso a pensar e agir, ou seja, como tende a decidir o seu voto.
É nesse sentido que falo do que tem sido vendido como ideologia nova ou terceira via em relação ao que o senso comum vê como disputa do tipo ESQUERDA VS DIREITA. Falo da venda ao eleitor da noção de que a defesa do “VERDE”, tão propalado por Marina Silva, por exemplo, é a questão central da atualidade e que basta sua resolução para que a sociedade alcance seus fins, ou seja, seria a alternativa para se fugir da polarização que sempre se estabelece, justiça seja feita, por obra e graça de marqueteiros pagos a peso de ouro. Falo da venda dessa “ideologia nova” porque a vejo exatamente assim: COMO PRODUTO QUE ESTÁ SENDO OFERECIDO AO ELEITOR. Produto, é importante frisar, sujeito a penalidades pelo CÓDIGO DO CONSUMIDOR, tendo em vista não ser capaz de cumprir o que diz sua receita. Quando se fala em fauna e flora é fundamental não esquecer que o homem faz parte do contexto e que o homem, tanto quanto ou mais que a fauna e a flora, também é uma espécie condenada, pela lógica do capital, à extinção naquilo que o diferencia de ambas: A SUA HUMANIDADE.
A “ideologia” verde faz jus a palavra: É VERDE. Para que amadureça, precisa se assumir, nítida e claramente, como ECOSSOCIALISTA. Eis porque não é de UMA VIA NOVA OU ALTERNATIVA, pois não tem horizonte ou caminho novo a mostrar.  É APENAS MARKETING. A questão da preservação do verde e da própria humanidade não se resolve apenas com a adoção de marcos de proteção legal ou de gestão como Marina e outros verdes querem fazer crer, mas com a decisão política de mudar o MODUS OPERANDI DO SISTEMA. Falar em defesa do verde e de melhores condições de vida nas grandes cidades sem criticar duramente o MODO COMO O CAPITAL SE REPRODUZ é assumir uma posição desonesta, visto limita-se a tentar agradar a gregos e troianos com fim puramente eleitoral ou politiqueiro. A postura dúbia e vacilante de Marina demonstra exatamente o que é essa tal “ideologia” nova, ou seja, mera estratégia de fugir das discussões mais acaloradas e importantes para que seja vista  como “POLITICAMENTE CORRETA”. O politicamente correto, alguém precisa dizer isso pra Marina, NÃO FEDE E NEM CHEIRA e o senso comum, cada vez mais, começa a vê-lo como prática de gente DISSIMULADA E FALSA.

   O PT que está no poder adotou o politicamente correto desde 2002 e vejam só no que deu!!! Marina, em 2010, chamou o Presidente da Natura para ser seu vice na chapa. Na ocasião, a tática deu certo, tendo em vista os quase 20 milhões de votos que obteve. Ao decidir-se pelo casório com Eduardo Campos, sinaliza novamente ao mercado e aos grandes investidores que não será muito diferente de Dilma. Vai rever algumas questões aqui e acolá para justificar sua “ideologia” nova, mas, no geral, ficará tudo como está. Marina, se chegar à Presidência, tem tudo para REPETIR LULA, ou seja, tem tudo para ser igualzinha ao homem do qual é fã incondicional e no qual se espelha há muito tempo !!!

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