Por Fernando Lobato_Historiador
A prisão de Zé
Dirceu, Genoíno, Delúbio e outros mensaleiros não atende apenas ao interesse de
um STF desmoralizado depois do voto do me enerva do Celso de Melo admitindo os tais embargos infringentes, mas, sobretudo, ao de Lula, Dilma e da trupe peemedebista que
hoje governa o país. O que essa turma menos desejava era a transferência do
desfecho do Mensalão para 2014, ano eleitoral. Tudo o que eles queriam era
exatamente o que aconteceu nos últimos dias, ou seja, o início do cumprimento
da pena pelos petistas ilustres implicados até a alma no processo. É claro que
Lula, por tudo aquilo que as evidências apontam, também merecia estar sendo
trancafiado, de modo que a frase que teria dito a seus companheiros presos não
soa verdadeira. Lula teria dito “ESTAMOS JUNTOS” quando deveria dizer “ESTÁVAMOS
JUNTOS NESSA M...., mas agora é preciso que vocês paguem o crime sozinhos
porque temos de reeleger a Dilma”.
Zé Dirceu e
Genoíno, muito mais do que réus condenados a caminho da prisão, eram homens
cumprindo mais uma missão política de alta relevância. Se continuassem
insistindo na tática de guerra até então adotada, ou seja, de insistir na
desmoralização da já combalida e desmoralizada justiça brasileira, estariam
dando uma munição perigosa para a artilharia oposicionista. A pose e os punhos
para o alto no momento em que adentravam a sede da Polícia Federal é mais uma
prova do cumprimento desta missão. Daqui para frente, esta será a tática:
REFRESCAR A OPINIÃO PÚBLICA SOBRE SEU PASSADO DE LUTA CONTRA A DITADURA – o que
dá IBOPE em época de Comissão da Verdade – E ARGUMENTAR QUE, MAIS UMA VEZ,
ESTÃO SENDO VÍTIMAS DE SEUS INIMIGOS DA DIREITA. Obviamente, silenciarão e
desconversarão diante do argumento de que quase todos os seus ex-inimigos da
direita estão hoje a serviço de Dilma Roussef, mas o objetivo é jogar para a
platéia e se a história colar, colou!
Eis porque,
antes que a patriotada ingênua comece a falar em moralização do estado, em
recuperação da imagem da Justiça e outras baboseiras, vou avisando que se trata
de mais um teatro armado para iludir e criar falsas esperanças na população. A
realidade não muda sem mudanças estruturais significativas no modus operandi do
estado. Há, todavia, o medo ou receio da cúpula governamental de não deixar a
ocorrência de um julgamento do mensalão feito pelos que irão às urnas em 2014.
Era preciso desmontar essa possibilidade e a melhor maneira para se fazer isso
era criando a falácia de que os criminosos foram realmente punidos – não o
serão completamente – e que as instituições republicanas, apesar dos pesares,
estão evoluindo ou amadurecendo. Sem que as vozes de junho retomem o seu grito
e voltem a colocar na parede os nossos podres poderes, nenhuma mudança
significativa se postará no horizonte.
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