Marcelo Ramos, o PSB e a possibilidade de oxigenação da política baré

A candidatura Marcelo Ramos é, sem dúvida alguma, a grande novidade das Eleições 2014 no Amazonas e a única com reais possibilidades de atrapalhar o jogo de cartas marcadas entre Melo e Braga

Por Fernando Lobato_Historiador



Começo esse post declarando meu azedume em relação ao presidenciável Eduardo Campos. Ele, é bem verdade, foi astuto e malandro para obter o apoio de Marina Silva. Com esse apoio, busca enrolar-se no manto dessa coisa vaga e imprecisa que muitos chamam de NOVA POLÍTICA. Campos, ao enrolar-se nesse manto, comprova o que ele de fato não é, ou seja, que também pratica as mesmas e odiosas condutas da velha e velhaca política tradicional.  Campos, se eleito presidente, não será diferente nem de Aécio nem de Dilma.  Marina, como vice, repetirá a mesma condição da época em estava no Ministério do Meio Ambiente da gestão Lula, ou seja, será um mero objeto decorativo.
O PSB no Amazonas, todavia, com a declinação do ex-prefeito Serafim Corrêa da disputa ao governo e o lançamento de Marcelo Ramos na mesma, acaba sendo a grande novidade das Eleições 2014. Novidade, diga-se de passagem, muito positiva. Marcelo Ramos é um político jovem que, diferentemente de Hissa, ainda mantém o frescor militante do início de sua carreira. É um político jovem e que não envelheceu precocemente como muitos que apareceram na cena política amazonense. Sua postura de lançar-se candidato a governador quando poderia tranquilamente renovar seu mandato na Assembléia Legislativa é uma prova concreta do que afirmo.
   A Nova Política, que muito se fala e pouco se vê, exige o desprendimento e a disposição do abandono de zonas de conforto em favor de novas possibilidades. Praciano, por exemplo, tinha tudo para alçar-se nesse voo se rompesse sua relação com o PT e agora, ao aceitar compor chapa com Braga, perde toda a credibilidade que poderia fazer dele um grande líder de oposição em todo o estado. Todavia, se Praciano é caso pra lamento, Marcelo Ramos é caso para louvor. Não apenas dá um bom exemplo como tira a eleição do marasmo e mesmice terrível em que estava. Se eleito governador, é difícil, mas não improvável, a oligarquia local tem muito a perder. No poder, poderá oxigenar o ar quase irrespirável da política baré de mais de 30 anos. 

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