A entrevista no JN com Aécio foi marcada pelo sorriso amarelado do candidato diante de perguntas incômodas. Aécio, em nenhum momento, atreveu-se a dizer que seu partido não é corrupto ou que é rígido contra os corruptos de seus quadros (rever no YOU TUBE) |
Por Fernando Lobato_Historiador
O ponto alto
das entrevistas com os presidenciáveis no Jornal Nacional foi, sem dúvida
alguma, a postura questionadora que William Bonner e Patrícia Poeta adotaram em
relação aos quatro mais bem posicionados nas pesquisas do IBOPE. Todos, sem
exceção, deixaram à mostra graves contradições. Aécio, o primeiro entrevistado,
quando questionado sobre o que tornaria o PSDB melhor que o PT em matéria de corrupção
foi logo dizendo que os corruptos do PT são muito piores porque foram
condenados pela instância máxima do país e, inclusive, estão na cadeia.
A partir dessa
resposta foi possível intuir que os corruptos do PSDB seriam mais espertos e
menos acossados pelo judiciário brasileiro, visto que, até o momento, nenhum foi
parar na cadeia. Para Aécio, portanto, o PSDB é melhor porque teria uma folha
corrida de corrupção menor e menos escandalosa que seus rivais do PT. Em nenhum
momento, portanto, atreveu-se a dizer que o PSDB não é um partido corrupto ou
que é rígido e implacável com os corruptos de seus quadros.
Em relação às
evidências de corrupção praticadas por ele mesmo, ou seja, na polêmica
construção de uma pista de pouso em terras de seus familiares, reagiu sempre
através de evasivas dizendo que não se sente constrangido com o fato, que seus
parentes não foram beneficiados e que seus atos foram absolutamente
republicanos. Deve ter na cabeça a República da Roma Antiga, ou seja, aquela que
declarava a indignidade da massa plebéia para questionar os atos das
autoridades e entendia o estado como instrumento a serviço dos patrícios
(nobres ou bem nascidos).
Aécio dá mostras, portanto, de que, se eleito, fará um governo bem de acordo com a moda tucana, ou seja, voltado preferencialmente para os interesses dos
mais ricos. A entrevista revelou,
portanto, o que sempre digo, ou seja, que a grande diferença entre eles e
o PT é o fato dos petistas adotarem um neoliberalismo temperado com práticas
assistencialistas enquanto os tucanos querem a volta do neoliberalismo com pouco tempero dos tempos de Collor e FHC.
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