O perfil coronelista de Abel Alves foi seu principal adversário no debate da Band Amazonas. Sem traquejo para obedecer regras e limites, demorou demais para perceber que não era ele quem determinava o tempo e sim o tempo que o limitava.
Por Fernando Lobato_Professor, Historiador e Candidato a Deputado Federal com o nº 5077
Voto é uma
ação que requer duas coisas fundamentais: liberdade e confiança. É preciso
liberdade para que o cidadão vote com a autonomia e a independência que a
cidadania exige. É preciso também confiança porque o voto é uma espécie de
cheque em branco que assinamos em favor de quem irá nos representar.
Se o ato de votar
individualmente numa urna requer tanta responsabilidade, muito maior é a de
quem pede voto em favor de um candidato, pois oferecer gato dizendo tratar-se
de lebre é algo inaceitável e a culpa recai sobre aquele que promove quem não
merece, principalmente, quando quem indica o voto está comprometido com o que
chamamos de NOVA POLÍTICA, ou seja, com princípios como ética, coerência e
transparência em tudo aquilo que se faz ou diz.
Eis porque, em
2014, não peço o voto no candidato a governador de meu partido, o PSOL, pois
desde o início discordei da candidatura Abel Alves e lutei, até o final, para
impedir que ela se concretizasse. Procedi assim por entender que o PSOL está
comprometido como a NOVA e não com a VELHA POLÍTICA.
Durante o
processo, defendi a candidatura do Professor Jevaldo Silva que, no meu entender,
poderia ter um desempenho semelhante ao
que Tarcísio Mota vem apresentando na disputa pelo Governo do Rio de Janeiro.
Tarcísio, assim
como Jevaldo, é um professor de ensino médio comprometido com as demandas
sociais de seu estado. Se Jevaldo Silva sair candidato para qualquer cargo que
seja, pedirei, sem temer, o voto em seu favor porque tenho inteira e total
confiança na sua pessoa.
Confiança,
portanto, exige conhecimento e vivência que somente o tempo é capaz de
proporcionar. Abel Alves, por sua
trajetória passada e recente, não me transmite o mínimo de confiança e temo que,
se eleito, não se conduzirá de acordo com o Programa Partidário defendido pelo
PSOL.
Digo isso
porque, em 2002, Abel foi candidato a Deputado Estadual pelo PSDB. Quatro anos depois, em 2006, disputou o mesmo cargo desta vez pelo arquirival do PSDB, o PT. Em
2009, filiou-se ao PSOL jurando de pé junto obedecer a linha programática do
partido, mas, em 2012, desobedeceu
Resolução Nacional lançando-se candidato a Vice-Prefeito de Tefé numa aliança
com o PSD de Omar Aziz.
Em face de
ação da Direção Nacional do PSOL, teve sua candidatura a Vice-Prefeito
cancelada naquela oportunidade. Foi impedido de candidatar-se, mas isso não o
impediu de manter aliança com o hoje prefeito cassado de Tefé, Antenor Paz, de
quem obteve o cargo de Sub-Secretario Municipal de Meio Ambiente, prontamente
ocupado pelo Senhor Egnaldo da Cruz Rodrigues, em 08 de janeiro de 2013.
Abel Alves,
portanto, além de avesso a compromissos ideológicos ou programáticos, é dado ao
toma lá da cá da VELHA POLÍTICA que o PSOL, pelo Brasil afora, denuncia e
combate. Um dos argumentos dos membros da Direção Estadual que chancelaram sua
escolha foi a de ele dispunha de condições econômicas para bancar a própria
campanha, condição não desfrutada por Jevaldo Silva.
Tal argumento,
além de simplório e equivocado, revela que boa parte da atual Direção Estadual
desconhece ou despreza a orientação socialista seguida pelo PSOL. Para piorar,
logo que contratou os profissionais que gravariam os programas para TV e Rádio,
orientou-os a exigir que todos pedissem votos para ele em suas falas.
Fiel às minhas
convicções e coerente com minha posição, gravei minha fala na propaganda para
Federal sem declarar voto em Abel para governador. O mesmo também fez ADILSON
MAIA, candidato a Deputado Estadual.
Eu e Adilson
Maia continuamos sem aparecer na propaganda do TRE-AM porque não declaramos
voto em Abel Alves na gravação. Emissários do mesmo, tal como o Presidente
Estadual, Raimundo Elson de Melo Pinto, dizem que basta regravarmos o programa
pedindo voto para Abel que as gravações irão imediatamente ao ar.
Quando
estava no serviço ativo da Aeronáutica, se estivesse amparado pelo regulamento
militar, mesmo com pressão ou ameaças, não abria concessão nem para oficiais de alta
patente. Agora, como militante político de um partido coerente e de orientação
democrática como é o PSOL, não tenho porque me dobrar diante de CHANTAGENS
BARATAS de um CORONEL DE BARRANCO.
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