Marina Silva
tornou-se presidenciável em 2014 não por competência ou habilidade política,
mas por um golpe do destino – ou dos reacionários mais radicais?
(a questão ficou no ar de Santos) – que ceifou a vida de Eduardo Campos. A
insustentabilidade daquela aeronave jogou-a nas alturas das pesquisas e eu
mesmo cheguei a pensar que seria muito difícil derrotá-la nas urnas.
O que deu
errado não tem nada haver com os qualificativos da candidata, pois é
carismática, inteligente, muito bem informada e habilidosa no uso das palavras.
O que deu errado foi a tentativa de agradar a gregos e troianos. Marina não percebeu
que seu discurso de terceira via é insustentável diante de eleitores que pensam
de forma polarizada.
Seu programa
buscou mesclar pautas progressistas com pautas conservadoras para capitalizar
votos tanto à esquerda quanto à direita e, no final das contas, perdeu votos
decisivos de ambos os lados. Fiquei com a impressão de que essa derrota a fez
acordar para isso e, talvez, isso explique sua decisão de assumir posição, ou
seja, de Aécio.
Pela escolha,
conclui-se que lhe falta algo que é fundamental nos grandes políticos: faro e
senso crítico apurado nos momentos decisivos. Optar por Aécio significa a
desconstrução de quase tudo que conseguiu construir até aqui e um golpe fatal
na sua pretensão de levar adiante um projeto com o selo NOVA POLÍTICA. Ela
errou quando se aliou a Campos e erra de novo ao optar por Aécio.
Teria sido melhor
repetir o posicionamento de 2010 e iniciar, com o REDE, um projeto novo e
independente abraçando a via que realmente é sustentável e que, de fato, representa
o futuro: O
SOCIALISMO. Pelo que se vê, perdeu o bonde da História que se ofereceu
generoso para ela e, apesar de não gostar de futurologia, fico com a impressão
de que, diferentemente de Lula, que tentou até conseguir, ela nunca chegará à
Presidência.
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