O quase empate no 1º turno revelou que a diferença de poder entre as máquinas administrativas utilizadas está muito igual. o desempate será feita pela sociedade civil livre e não cooptada |
Por Fernando Lobato_Historiador
Outro fato que
demonstra o caráter não real da democracia no Amazonas foi visto no resultado
do 1º turno para governador. A máquina federal, como toda máquina, não tem
coração nem sentimentos, mas, nessa eleição, arde de amores por Braga enquanto
a Estadual, comandada por Melo, pulsa e respira pensando na permanência de seu
comandante no cargo e a municipal, que tem Arthur Neto no comando, estava
preocupada, pelo que se viu,primeiro, em garantir Bisneto em Brasília e, em
segundo, derrotar Braga.
O resultado de
43 a 43% entre Melo e Braga não deve ser creditado, portanto, à vontade livre e
soberana do povo, mas ao grau de dependência e submissão do voto em relação a
quem comanda alguma coisa na administração ou de quem dispõe de muita grana
para distribuir antes e depois da eleição. O que tem alto
poder de reprodução de voto, portanto, nada tem haver com debate ou
apresentação de propostas, mas com esquemas de cooptação, coação, chantagem e
intimidação do tempo da República Velha.
Eis porque é
fundamental aumentar e fortalecer o papel dos MPS e da PF, além de outras
medidas que possibilitem a reprodução de um voto livre, autônomo e, sobretudo,
consciente, adjetivos ainda pouco consistentes em nossa república tupiniquim e,
principalmente, em nosso Amazonas isolado e esquecido, a não ser quando chega o
período eleitoral.
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