A Editora Positivo, os "educadores" especiais e a operação Leva a Jato pra Brasília

A doação da Editora Positivo de quase meio milhão de reais e o contrato que a mesma mantém com a Prefeitura de Manaus configuram uma situação no mínimo imoral. Para se tornar ilegal e objeto de denúncia, é preciso que os órgãos de fiscalização cumpram com seu papel.

Fernando Lobato_Historiador

Dilma cunhou seu segundo mandato com a singela frase “Pátria Educadora” talvez desconhecendo que os principais “educadores” brasileiros da atualidade dão expediente de terça a quinta em Brasília. Eles formam um tipo especial de “educadores” que cumpre o seu papel nos dando exemplos do que devemos evitar, desprezar ou descartar como prática decente ou correta. A grande maioria deles ocupa a Câmara dos Deputados e o Senado Federal e foi eleita com dinheiro das mesmas empreiteiras do escândalo da Lava Jato. Se o nome desta operação da PF tem relação com a lavagem de dinheiro feita pelo doleiro Alberto Youssef, personagem central do esquema, é certo afirmar que ele quase coincidiu com um dos serviços que o esquema prestava aos que dele faziam parte, ou seja, o LEVA A JATO PRA BRASÍLIA.
O JATO desse serviço nada tem haver com os jatinhos da FAB que bancamos para que o homem dos bois de “ouro” (ver matéria aqui) - Renan Calheiros - pudesse ir ao Maracanã para assistir uma das partidas da Copa de 2014 ou comparecer ao casamento da filha de Eduardo Braga na Bahia.  Nada disso. O JATO tem haver com o poder de propulsão do dinheiro que nossa classe de “educadores” especiais desvia e que os faz pousar suavemente em Brasília.  Esse “jato” funciona melhor com um tipo especial de combustível: DINHEIRO DESVIADO DOS CONTRIBUINTES, não importando se foi surrupiado da PETROBRÁS ou de qualquer órgão das esferas municipal, estadual ou federal.  Arthur, que não é o rei lendário, mas o atual prefeito de Manaus, por exemplo, pelo que as evidências e os gastos de campanha de Arthur Bisneto apontam, pode muto bem ter contratado um serviço parecido para LEVAR ARTHUZINHO PRA BRASÍLIA.
Arthur Bisneto teve uma das campanhas mais caras de toda a História do Amazonas e somente um doador, a Editora Positivo (ver matéria aqui) o agraciou com quase meio milhão de reais.  A doação em si é algo perfeitamente legal, mas o fato do doador ser prestador de serviço da Prefeitura de Manaus soa no mínimo imoral. Segundo a matéria acima destacada, em apenas dois meses de 2015, esse mesmo doador embolsou quase R$ 7 milhões dos contribuintes manauaras e aí nos vem os seguintes questionamentos: QUEM ELEGEU ARTHUR BISNETO, O POVO DO AMAZONAS OU A GRANA DOS DOADORES DE CAMPANHA?  E O MAIS GRAVE: A GRANA DOS DOADORES SAIU DO BOLSO DELES OU DO NOSSO? E caso investigações comprovem que saiu do nosso, pai e filho poderão ser acusados dos mesmos ilícitos daqueles que hoje estão presos na cidade de Curitiba (PR). Outra questão não menos importante é: QUEM VAI INVESTIGAR OU DENUNCIAR? 

Comentários