Por Fernando Lobato_Historiador
Política
deveria ser a arte do diálogo visando o convívio salutar e satisfatório de
todos os membros de uma sociedade. Deveria ter como foco a inclusão e não a exclusão social. Deveria estimular e aprimorar princípios e valores
elevados e ser capaz de fazer avançar a liberdade, a igualdade e a fraternidade
por toda parte.
A “política”
que conhecemos, infelizmente, não é essa. Não se inspira ou tem haver com o
sacrifício pelos outros, mas sim com o sacrifício dos outros em favor dos que
governam e detém o poder. Para a conquista do poder, já disse Maquiavel, todos
os meios são válidos porque “política” é algo que não deve sofrer limitação de qualquer
ética ou moral.
A “política”
é, portanto, na lógica maquiavélica, a “arte da guerra”. Para vencer é preciso
ser sagaz, astuto, malandro, flexível, rápido e rasteiro na hora de dar o bote.
O PMDB é exatamente assim e por isso está há muito tempo no poder. Lula e o PT construíram
uma base social para chegar ao poder, mas, para governar, acharam
imprescindível ter as velhas raposas como aliados, ou seja, casaram e passaram
a dormir com os inimigos de outrora.
As “noites de
alcova” de 2002 até aqui são um segredo do "casal" (PT e PMDB), mas é óbvio que
hoje "dormem separados e que PT foi obrigado a alojar-se na cozinha".
A "sala" (o Senado) e a "copa" (a Câmara) já estavam com o PMDB, mas o PT, através
de Dilma, insistia em usar exclusivamente a suíte matrimonial (a Presidência). Com a nomeação
de TEMER para a articulação política, o PMDB agora também ocupa a Presidência e
Dilma assume a condição de coadjuvante.
Consuma-se,
portanto, por meios não oficiais, o que os reacionários direitistas pediram nas
ruas em 15 de março, ou seja, o impeachment de Dilma. A única vantagem desse impeachment para o PT e Dilma é que ele pode ser revogado por eles a qualquer hora enquanto o oficial seria definitivo.
Daqui pra frente quem dá as cartas na condução do governo é TEMER e o PMDB. O que o Congresso ainda não sacramentou através de Calheiros e Cunha foi sacramentado por Dilma com a nomeação de TEMER para a articulação política.
Daqui pra frente quem dá as cartas na condução do governo é TEMER e o PMDB. O que o Congresso ainda não sacramentou através de Calheiros e Cunha foi sacramentado por Dilma com a nomeação de TEMER para a articulação política.
O ato
de Dilma é o reconhecimento de algo que parecia inevitável, ou seja, uma saída
desonrosa pela porta dos fundos. A aceitação do cargo por TEMER, por sua vez, significa que
o PMDB topou ocupar a presidência antecipadamente, ou seja, sem recorrer ao alarde
e gritaria dos protestos que estimulava nos bastidores. Isso, inclusive, irá interferir na
virulência dos atos já estão agendados, ou seja, com o acordo feito
pelo alto, a mobilização tende a esfriar pela ação dos bombeiros que serão convocados para cumprir essa missão. É esperar pra ver!!!
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