Flamengo e
Vasco quando se enfrentam nos gramados fazem o clássico dos milhões porque é
certeza de estádio cheio e muito dindin entrando nos cofres desses clubes. O futebol, desde os anos 30, tem sido um
eficiente instrumento de dominação e controle social, mas hoje, com a histérica
verborragia entre PSDB e PT, transfere para o campo da política o que tem de
pior, ou seja, o debate passional sobre quem seria melhor ou sobre quem fez mais pelo
país e a consequência disso é o afloramento do ódio e da inimizade gratuita num
campo em que todos precisam agir e pensar de forma racional e madura.
E essa
passionalidade é preocupante na medida em que impede ou dificulta que as
pessoas de modo geral façam as análises corretas da realidade que vivenciam.
Vários membros do PSDB, no seu último programa partidário, disseram que fazem
oposição porque desejam que o país trilhe o caminho certo. A questão que surge
dessa fala é: QUAL É ESSE CAMINHO CERTO?
Prestando atenção no que eles falam eu lembro daquela música do
Engenheiros do Hawaii que diz o seguinte: EU PRESTO ATENÇÃO NO QUE ELES DIZEM,
MAS ELES NÃO DIZEM NADA.
A mesma coisa
se pode dizer da propaganda do PT quando diz que o ajuste fiscal está sendo
feito para que o país continue avançando, mas não diz que foi sua gestão
perdulária e as concessões feitas à corrupção que nos empurraram para a crise que
atravessamos. Crise que, por sinal, não atinge as classes mais ricas da
população, pois os banqueiros e os grandes capitalistas continuam lucrando alto
apesar dela. A crise existe somente para os trabalhadores que dependem de renda
e oportunidades de trabalho e esse é que deveria ser o centro do
debate atual, ou seja, o que fazer para minimizar o sofrimento dos mais afetados por ela.
A
crise, dentro do sistema capitalista, é algo rotineiro e sem nenhuma novidade.
Nos tempos de FHC foram inúmeras as crises que afetaram nossa economia e
atingiram duramente a vida e o bolso do trabalhador. O debate que se precisa
fazer é o seguinte: COMO CONSTRUIR UM MODELO SOCIAL QUE, PRIMEIRO, NÃO PRODUZA
TANTA CRISE E, SEGUNDO, QUE NÃO SEJA SEMPRE PERVERSO COM OS QUE OS SUAM TODOS
OS DIAS PRODUZINDO AS RIQUEZAS DESSE PAÍS. Esse e não outro é o debate que precisa
ser feito e que todos devemos participar, pois é dele que surgirão as soluções
políticas e sociais que nos tirarão do atoleiro em que mais uma vez nos
enfiaram
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