A "crise", Geni Dilma e o teatro dos vampiros

Dilma Geni não é o centro da crise, mas o bode expiatório que os vampiros elegeram para expurgar seus próprios pecados. E todos gritam: JOGA A PEDRA NA GENI, ELA É FEITA PRA APANHAR, ELA É BOA DE CUSPIR!!!

Por Fernando Lobato_Historiador


A crise econômica atual é também um fruto indesejado do pacto de governabilidade que Lula ergueu e que legou à Dilma em 2010. Já a “crise política” deste agosto de 2015, pra desgosto de Dilma, é fruto da dificuldade que ela tem para se manter totalmente fiel aos ditames de seu mentor e mestre. Ela até se esforça e prova disso são os 39 ministérios de seu governo, a enorme concessão de poder ao insaciável PMDB, o Ajuste Fiscal que pune os trabalhadores e os pobres e isenta banqueiros, empreiteiras, latifundiários, grandes fortunas e, sobretudo, o agrupamento de vampiros que, de terça a quinta, finge nos representar na Câmara e no Senado Federal.
Dilma, portanto, não tem o traquejo e a velhaquice de Lula e, pra piorar sua situação, durante a campanha 2014, evocou sua condição de guerrilheira no tempo da ditadura e acabou se dando bem. A direita raivosa já dava como certa sua vitória em face da enorme preparação e investimento em seus dois cavalinhos - Aécio e Marina, mas, mesmo depois de uni-los no 2º turno, o final não foi o esperado.  A derrota por meio a zero, porém, animou-a a não desistir e o terceiro turno eleitoral começou com a eleição de Eduardo Cunha para a Presidência da Câmara dos Deputados – um membro da “República de Alagoas” dos tempos de Collor ávido por fama e poder.
Renan Calheiros, um fiel aliado de Lula, foi chancelado pelo Planalto para mais dois anos à frente do Senado – pra tristeza geral nossa – prometendo continuar a tradição de Sarney, ou seja, ser uma trincheira inexpugnável de defesa do governo e das sujeiras que ele pratica, mas, com os desdobramentos da LAVA JATO, bandeou-se pro lado de Cunha e da direita raivosa. É bom lembrar que Renan, assim como Cunha, também fez parte da “República de Alagoas” de Collor e, inclusive, é senador por esse estado. A LAVA JATO, porém, esperada pela oposição de direita como bomba mais potente que o MENSALÃO, explodiu não apenas no colo do governo, mas também no seu e de quase toda a classe política.
E são eles – os vampiros de Brasília - que estão mais na vitrine dos escândalos do que a própria Dilma. Cunha e Renan estão atolados nas sujeiras do esquema já revelado e sabem que, se a LAVA A JATO não for parada, a cadeia os aguarda e, portanto, sua luta é fazer de DILMA uma GENI, tal como Chico Buarque a concebe em sua música. Todos se aproveitaram da GENI DILMA nos momentos bons, mas agora somente ela merece ser sacrificada para o bem geral. Eis o teatro encenado pelos vampiros de Brasília e com certa ajuda, creio eu, até mesmo do próprio Lula, outro que se vê ameaçado pela caneta do juiz Sérgio Moro e, por conta disso, teme fazer companhia a Zé Dirceu em sua nova passagem pela cadeia. Lula, como todos sabemos, no Mensalão, usou o NÃO SABIA para fazer de Dirceu uma GENI e acabou reeleito.
Outro que parece ter aderido ao teatro armado é o vice de Dilma, Michel Temer. Ao dizer que a crise é muito grave e que o Brasil precisa de alguém capaz de unificar os vampiros parece estar dizendo o seguinte: TACA O IMPEACHMENT NA GENI DILMA e deixa comigo que eu sei lidar muito bem com vocês, afinal, sou um vampiro experiente criado no criatório de vampiros mais produtivo de nossa história: O PMDB (O Partido do Mais de um Bilhão, pois nenhuma obra deles custa menos que isso).
A grande mídia e a elite que também se aproveitaram de GENI DILMA engrossam o caldo com pesquisas de opinião e propaganda nas redes sociais nos sugerindo a pegar pedras para atirar nela, mas eu, que não sou otário e nem bobo, vou ficando na minha, mas vou aproveitar o momento para guardar algumas pedras para uma ocasião mais propícia, se ela ocorrer, ou seja, a prisão dos vampiros do alto escalão do Legislativo e do Executivo.

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