O fruto proibido, a nulidade do risco PT e a urgência do risco PSOL


Enquanto parcela do povo ia às ruas no dia 16.08, os investidores leitores de Ivan Sant'ana comemoravam o risco zero PT para quem aplicar hoje no Brasil. É urgente, portanto, que o PSOL se afirme como o partido do RISCO para esse  capital especulativo, senão os pedágios nas estradas, o combustível, a luz, a água e o preço do gás vão estar ainda mais nas alturas e o arrocho de direitos e salários do funcionalismo e dos trabalhadores será brutal.

Por Fernando Lobato_Historiador

Um erro fatal, diferente do pecado original, não se mostra logo de cara. Esse foi o caso de Zé Dirceu, de Lula e do PT quando decidiram governar com as oligarquias e sem arranhar os interesses do grande capital privado. Pensaram, como disse o próprio Lula depois, é melhor se aliar com Judas, do que acabar pregado na cruz. E, para fazer tal aliança, não pouparam os “radicais de esquerda” que se recusavam a comer do “fruto proibido” e até expulsaram - GRAÇAS A DEUS, POIS FOI DAÍ QUE O PSOL NASCEU - Heloísa Helena, Babá, Luciana Genro e João Alfredo . De fato, nem Zé Dirceu nem Lula foram para a cruz, mas o boneco de Lula nas manifestações de 16.08.15 se parecia com aqueles preparados para as malhações do sábado de aleluia, ou seja, ao se aliar com os Judas, sobretudo os do PMDB, acabaram ficando igualzinhos a eles e é assim que hoje a massa os vê, com a grande colaboração, é claro, da grande mídia corporativa.
É bom não ser apressado, como cantava Cazuza numa de suas músicas, e achar que Dirceu, Lula e o PT estão derrotados porque ainda estão rolando os dados, mas é inegável que ao se encantar com o poder e com a “serpente” lhes dizendo que era preciso comer o “fruto” da corrupção para se alcançar o “céu” aqui mesmo na terra, também caíram na pior das tentações: A DA VAIDADE QUE FAZ PERDER O SENSO DA REALIDADE. Comeram do “fruto” crendo que, como sempre se deu, seus atos ficariam em segredo e impunes.  Não atentaram – até porque não acreditam em nada disso - que o problema do pacto com o diabo é que ele não admite concorrentes e está sempre aguardando o momento certo para acusar e se livrar dos tolos que acham que ele pode ser confiável.
 Lula sempre soube do mensalão da mesma forma que FHC tinha plena consciência de que as privatizações entreguistas e a compra da emenda de sua reeleição eram parte do jogo.  Os pecados de Lula e do PT, porém, precisam estar sistematicamente na mídia para que ele não se sinta como o Getúlio Vargas de 1950, ou seja, como o dono do poder e não como o serviçal a serviço dos verdadeiros donos do poder (os donos do capital e oligarcas aliados). Por mais que o PT e o Planalto clamem pedindo o apoio da sociedade contra os Judas e diabos que os atormentam, trata-se de gritos e apelos que não comovem e não mobilizam porque não possuem algo fundamental: CREDIBILIDADE.
 Ivan Sant'ana, colunista da Folha, escreve que “o grande risco que se tinha desde o fim do regime militar era um governo petista. Afinal prometiam moratória, socialização dos bancos, controle dos meios de produção, reforma agrária, etc. Pois bem, Lula chegou ao Planalto e a primeira coisa que fez foi acabar com o risco Lula. Simples assim” (VER AQUI). Sant'ana afirma ainda que “quem investir no Brasil em projetos de infraestrutura, dinheiro que só começa a render com 4 ou 5 anos, vai se dar bem. (...) O risco PT sumiu, mesmo que volte o Lula”.  Sant'ana escreve para investidores, pois trabalhou no setor por mais de 40 anos. O Brasil, segundo ele, é um campo fértil e seguro para as "semeaduras" do grande capital. Se quisesse imitar Pero Vaz de Caminha em 1500 diria o seguinte: AQUI EM SE INVESTINDO O LUCRO É ENORME, pois não há Castros nem Chavez, só Dilma, Lula e o PT, ou seja, risco zero.

É urgente, portanto, que o PSOL se afirme como o partido do RISCO para esse grande capital especulativo, senão os pedágios nas estradas vão se tornar impagáveis e o arrocho no salário do funcionalismo público e dos trabalhadores em geral será brutal.

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