A recente reforma ministerial de Dilma confirma sua disposição para beijar todos os sapos necessários para a continuidade de seu mandato. Se vai dar certo é outra história. |
Por Fernando Lobato_Historiador
Dilma concluiu
a reforma ministerial tentando matar ou, pelo menos, aleijar os dois coelhos que
lhe atormentam: a possibilidade de seu
impeachment e a resistência à recriação da CPMF. A grande dificuldade é que
são dois “coelhos” difíceis de matar, o
segundo bem mais que o primeiro, visto que a velha lógica do É DANDO QUE SE RECEBE continua
plenamente vigente e a postura recente de Calheiros confirma isso. Cunha, cada
vez mais enrolado na Lava Jato – se não tivesse mandato já estaria preso -, apesar da cara de bravo, tende a fechar com o governo e não com a oposição.
A razão é bem simples: a oposição de Direita (PSDB e DEM) acusa Dilma e o PT
apelando pra moralidade que ela não tem, haja visto os inúmeros escândalos de corrupção
em que também está envolvida, mas precisa ostentar essa bandeira diante
de uma opinião pública hostil ao governo exatamente por esse motivo.
A oposição de
direita, portanto, apesar da hipocrisia descarada, precisa manter um mínimo de
coerência com seu discurso de moralidade e o apoio à permanência de Cunha na Presidência
da Câmara implode isso e a desmascara completamente. Eis porque Aécio já aparece fazendo discursos
contra a permanência de Cunha e este, portanto, tende a selar pacto com o
governo. Lula, macaco velho de fiofó
pelado, entrou em cena para não deixar passar a oportunidade que se abriu. O
jogo do ex-presidente já é bem velho e conhecido de todos, ou seja, reforçar o
pacto com os aliados “Judas” do PMDB entregando-lhes mais “moedas de prata” (mais
ministérios e mais presença na estrutura estatal, principalmente nas pastas de
maior orçamento). Em entrevista recente,
FHC chamou a reforma ministerial de Dilma de PACTO COM O DEMO. FHC, por sinal,
sabe do que está falando, pois fez um pacto parecido com Jáder Barbalho (PMDB)
e o finado Antonio Carlos Magalhães (antigo PFL e atual DEM) para poder concluir o seu
segundo mandato (1998-2002).
Dilma,
seguindo as orientações de "Lula
Maquiavel da Silva", seu guru e mentor que lhe colocou nessa roubada - ou
seria no meio da roubalheira? -, reduziu ministérios, cortou cargos de
confiança e reduziu o próprio salário para tentar vender a imagem que ninguém
mais compra ou acredita, ou seja, de que o governo usa os recursos públicos de
forma racional e correta. Apesar disso, tais medidas não deixam de ser
positivas, pois implicam na afirmação de que cresce no Brasil uma cidadania
comprometida com a transparência do setor público e com o combate à corrupção. Se
Dilma, tal como FHC em 1999, conseguirá permanecer no cargo depois de selar o
pacto com o DEMO ainda não se sabe, certo mesmo é que os beijos que dá diariamente nos sapos ganharam naturalidade e intensidade, podendo se intuir que os
sapos já se acostumaram com o ardor de seus beijos de língua. Se ficaram seduzidos
ainda não sabemos.
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