A consumação do golpe, o fracasso do petismo cor-de-rosa e a posse do vampiro


Por Fernando Lobato_Historiador

      A semana que entra no Brasil será a semana da consumação de um golpe não apenas contra uma presidente inábil politicamente, mas, sobretudo, contra a ainda frágil e não consumada democracia brasileira. 
   Um golpe que os reacionários foram obrigados a levar adiante em face do fracasso das candidaturas de Aécio e Marina em 2014.
     Se o avião de Campos foi mesmo derrubado, não foi o PT que derrubou, mas os reacionários que acreditavam que Marina tinha maiores chances de vencer Dilma.

       A consumação do golpe é também o fracasso do petismo cor-de-rosa que levou Lula ao Planalto em 2002, ou seja, um petismo que abriu mão de sua agenda original de enfrentamento das elites para fechar com elas um contrato de governalidade que elas, de forma unilateral, romperam sem nem sequer dar aviso prévio. 
     Contrato que, entre suas cláusulas, previa a concessão da vice-presidência para José Alencar na fase Lula e Michel Temer na fase Dilma.

   Petismo cor-de-rosa que aceitou governar em parceria com os corruptos que sempre manobraram as estruturas do estado brasileiro durante e após a Ditadura Militar. 

     Petismo cor-de-rosa que transformou Paulo Maluf, Collor, Sarney, Jader Barbalho e tantas outras figuras deploráveis em aliados de primeira grandeza. 

     O pacto garantiu a governalidade por mais de 13 anos e também a concessão de migalhas para os bem de baixo sem deixar de reservar o filé e o caviar de rotina para os muito de cima (bastar ver os empréstimos do BNDES e o juros da dívida pública para comprovar isso).

    São esses mesmos hipócritas que gostam de destacar a ninharia emprestada para empreendimentos em Cuba, um país até hoje afligido pelo imoral bloqueio econômico dos EUA, para tentar afirmar a tese de que foi a vermelhidão do PT a causa de todos os males, quando , na verdade, a culpa foi do tom cor-de-rosa que Lula e Zé Dirceu decidiram bancar na condução do governo.

   Temer e o PMDB, desde o 1º governo Dilma, eram vampiros à espreita. Quem lê meus artigos sabe que falo disso há bastante tempo. A bem da verdade, Temer já foi o titular do poder quando Dilma o nomeou para a articulação política ano passado. Ficou alguns meses e se afastou quando foi convencido de que não fazia sentido governar sem assumir a titularidade nominal do cargo. 

   O vampiro vai assumir na próxima semana e é bom protegermos nossos pescoços com protetores de aço, pois os dentes dele estão bem afiados. 

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