Por Fernando Lobato_Historiador
Teori afastou
Cunha da Presidência da Câmara porque qui-lo, como diria o finado Jânio
Quadros, ou porque se viu inesperadamente pressionado a isso. Teori estava com
o pedido de afastamento de Cunha há mais de 4 meses sem dar prazo para se manifestar, mas quando o ministro Marco Aurélio, depois
de receber ADPF do Rede Sustentabilidade,
colocou o caso na pauta de julgamento, sacou imediatamente da
caneta para determinar o seu afastamento, referendado no dia seguinte pelo colegiado. É importante relembrar que a ADPF do Rede foi
apresentada em face da possibilidade de Cunha ocupar a cadeira presidencial nos
afastamentos de Temer do país. Teori, portanto, parece ter agido não porque
quis, mas porque se viu obrigado a isso para não passar vexame diante da opinião
pública.
Na homologação
da delação de Sérgio Machado, o homem-bomba da vez, outra questão pairou no ar
nos indagando por que motivo Teori ainda
não a tinha homologado. Não tinha conhecimento dela ou se recusava a fazê-la?
Pela forma como as gravações vieram ao conhecimento público, ficou meio que
evidente que Machado chantageou não apenas o relator da Lava-Jato, mas todo o
STF. Ao conseguir que a Folha de São Paulo publicasse seu material, Machado
rapidamente obteve o que poderia estar tentando há algum tempo sem sucesso. Pela
explosividade do material, fica muito esquisita essa possível recusa? Ficou
evidente também que, ao procurar a Folha de São Paulo, Machado agiu como um
desesperado que buscava uma tábua de salvação, pois intuía que ia ser outro boi
de piranha para livrar a cara dos seus chefes dentro do PMDB. Qual teoria explica a forma de agir de Teori? Eis outra questão que está solta no ar.
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