Depois do pedido do Janot, a situação da república brasilis ficou ainda mais delicada |
Por Fernando Lobato_Historiador
A PEC 37 ou PEC
da impunidade tentou tirar dos Ministérios Públicos a competência para
investigar e denunciar crimes de corrupção. Tal competência, se tal PEC fosse
aprovada em 2013, seria exclusiva da Polícia Federal e das Polícias Estaduais,
que estão subordinadas ao Executivo e não ao Judiciário, tal como ocorre em
vários países. A PEC 37, portanto, foi um meio pensado para impedir condenações
de políticos como as ocorridas no caso do MENSALÃO, ou seja, já em 2013, Jucá,
Cunha, Renan, Sarney e outros tramavam contra a possibilidade de existência da
Lava-jato, ou seja, já agiam dentro do Legislativo para continuar operando
livres, leves e soltos. A PEC 37, felizmente, foi uma das degoladas pela fúria
cidadã que irrompeu nas ruas brasileiras em 2013, pois as ratazanas, num surto
de falsa moralidade e hipocrisia como na votação do impeachment de Dilma em
2016, jogaram na lata do lixo a trama urdida naquele momento.
Graças ao fato
acima, a Lava-jato e outras investigações ganharam robustez, mantendo pesada a
mão do MPF e da PGR. Sem ele, a mão de Janot não teria a força e a credibilidade
para pedir a prisão de Cunha, Renan, Jucá e Sarney de uma tacada só. O Grande
problema desse pedido é que ele bota ainda mais pressão sobre um STF suspeito
de conluio exatamente com os que agora são objeto da ação de Janot. Gilmar
Mendes, que soltou Daniel Dantas, Roger Abdelmassih e tentou blindar Aécio
Neves na maior cara de pau, como já esperado, dirige sua fúria contra Janot
acusando-o de cometer crime de vazamento de informações. Essa tática de transformar o denunciante em
réu já foi feita contra o Delegado Protógenes e o Juiz Fausto de Sanctis na famosa
Operação Satiagraha, que, no final, deu em nada. Ela travou exatamente quando a
alta cúpula política e financeira do país foi envolvida. Os 10 outros ministros
do STF se unirão a Gilmar contra Janot? Essa é a nova pergunta que ficou no ar
e que em breve será respondida. Se Cunha, Renan, Jucá e Sarney forem presos, o
pacto envolvendo o STF, se houve, era feito de cristal.
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