Por Fernando Lobato_Historiador
O choro de Cunha no ato sua renúncia
nos revelou uma coisa: Cunha é humano. Quem assistiu a votação do impeachment
de Dilma presidida por ele ficou com a impressão do contrário, tendo em vista a
completa indiferença dele para com as acusações de ladroagem e corrupção que lhe
foram desferidas na ocasião. Mesmo diante de todas as evidências e provas de
que é um dos maiores lalaus de nossa história política recente, a face de Cunha
jamais corou ao ser confrontado por
elas, superando, inclusive, Paulo Maluf, expert em jurar inocência e negar de
pé junto que não possui contas secretas
no exterior. Todavia, humanos são capazes de extrema crueldade com outros
humanos, bastando citar apenas Hitler e os nazistas, que mataram milhões sem
nenhuma comoção. Mais humano ainda foi o fato do choro de Cunha ter aflorado ao
falar da mulher e da filha, CRUELMENTE e COVARDEMENTE, disse ele, atacadas por
seus opositores, ou seja, pela PF, pelo MPF, pelo juiz Sérgio Moro e por todos
os brasileiros que lutam por um país ético e justo para todos. Para Cunha, nós é que estamos sendo cruéis com
ele e sua família, apesar de termos sido nós, mesmo sem saber ou desejar, que os
temos sustentado com tudo do bom e do melhor há muitos e muitos anos e por
muitos que ainda virão, pois a grana que ele nos surrupiou ainda não foi
levantada e calculada com clareza.
Cunha, portanto, mesmo na hora do
choro, não deixa de ser MENOS CÍNICO e, ele sim, de EXTREMA CRUELDADE conosco,
vitimados e condenados, por ele e pela elite que dele é cúmplice, a viver numa
sociedade que, entre outras coisas, mantém altamente precarizadas até escolas e
hospitais públicos, além de uma distribuição de renda no mesmo nível dos mais
paupérrimos países africanos. O choro de Cunha, portanto, representa o
NOSSO SORRISO LARGO DE ORELHA A ORELHA, mesmo sabendo que Michel Temer mobilizará céus e terra
para livrá-lo da cassação e, caso não consiga isso, pelo menos da prisão.
Falamos isso porque a renúncia de Cunha
foi um ato negociado com o Planalto para afastar o interino Valdir Maranhão num
momento em que este se preparava para deflagrar o IMPEACHMENT de TEMER que
o STF determinou e que nada andou numa câmara infestada de “ratos e ratazanas”
da pior espécie, já aqui me desculpando com os ratos e ratazanas reais, muito
mais dignos e inofensivos que estes. Cunha renunciou sabendo que seu
ex-presidente no PMDB não tem saída senão fazer de tudo para livrá-lo, pois Cunha
não tem a mesma natureza de um Zé Dirceu, que aceitou o cadafalso mantendo a
lealdade ao PT e suas lideranças. Cunha, se cair na prisão, vai abrir o bocão e
entregar os pecados e desvios de Temer no atacado e não no varejo como tem
acontecido até aqui com outros delatores. Apesar de todo o empenho da grande
mídia para não revelar os podres de Temer, com Cunha falando isso será
impossível.
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