Henrique Meirelles: o arrombador-geral da República |
Por Fernando Lobato_Historiador
Geraldo
Brindeiro, na época de FHC no Palácio do Planalto, ficou conhecido
como o ENGAVETADOR-GERAL DA REPÚBLICA. De 626 inquéritos criminais, engavetou ou arquivou 457, sendo que
a grande maioria envolvia deputados, senadores, ministros, bem como o próprio
FHC em práticas de corrupção. FHC, junto com Michel Temer, o atual presidente interino, foi acusado de comprar
votos de deputados para a aprovação da emenda da reeleição que lhe garantiu
mais 04 anos na presidência (ver aqui). Temer, então Presidente da Câmara dos
Deputados, ou melhor, ocupando a cadeira que até há pouco era de Cunha e que a partir de ontem passou a ser de Rodrigo Maia, muito provavelmente, liderava uma trupe que operava esquemas tão ou mais milionários que
os investigados pela Lava-jato, pois a República era a mesma de hoje, com
a diferença que, nem a PF nem o MPF, tinham a autonomia e independência atuais.
Michel, junto com tucanos e
peemedebistas, os sócios do poder entre 1995 e 2002, “voavam”
livres, leves e soltos no céu de Brasília, seguros de que nada tinham a
temer. Hoje ocupando o lugar do ex-chefe FHC, Michel não tem como recriar de cara o
cargo de engavetador-geral para livrar seus “irmãos” dos incômodos de
investigações e denúncias, que o diga Collor que, numa sessão do Senado, deixou
escapar um indecoroso FDP ao falar de Janot, atual Procurador-Geral da República (veraqui).
Todavia,
apesar de não poder dispor de um engavetador-geral, Temer, tão logo sentou na
cadeira de Dilma, criou um cargo não menos estratégico para as finalidades de seu governo, ou seja, o de
ARROMBADOR-GERAL da República, entregue ao “competentíssimo” Henrique
Meirelles, ou melhor, àquele que Lula botou no Banco Central para ficar bem na foto com os banqueiros e o grande empresariado nacional e internacional, visto
que, antes disso, foi nada menos que presidente mundial do BankBoston, gozando da amizade e
total confiança da elite norte-americana. Meirelles arrombou o rombo 2016 deixado
por Dilma de 90 para mais de 170 bilhões e, para 2017, anunciou um arrombamento
um pouco menor, ou seja, de 139 bilhões. O que chama atenção no anúncio de
Meirelles é o expediente que usará para reduzir o nosso arrombamento: a
intensificação do processo de privatização. Meirelles, portanto,
compensará a atenuação do arrombamento no orçamento 2017 com outro arrombamento:
o do patrimônio nacional. No tempo de FHC, a Vale do Rio Doce foi
vendida por 3 quando valia, no mínimo, 300 bilhões e a Justiça Brasileira até
já reconheceu a fraude praticada (ver aqui). A questão que se coloca agora é: Por quanto Temer, com a cumplicidade dos
tucanos e demos, vai tentar entregar a PETROBRÁS e o PRÉ-SAL?
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