O que o Juiz Antonio Cruz cassou parcialmente pode ser cassado definitivamente pelos belenenses conscientes no próximo dia 30 de outubro Fernando Lobato_Historiador |
O resultado do
segundo turno em Belém ainda é incerto não porque Zenaldo Coutinho tenha feito
uma administração minimamente reconhecida pela população que, nesses últimos
quatros anos, passou a chamá-lo “carinhosamente” de Zé Nada, referindo-se a
quase incompleta inoperância da máquina pública municipal sob o seu comando. O
resultado ainda é incerto porque, por mais que 70% da população tenha dito não
ao Zé Nada no 1º turno, pode se repetir ou ampliar o número de abstenções e de
votos nulos e brancos no 2º e é grande também os que se deixam levar por duas
coisas que a direita tradicional
brasileira sabe fazer muito bem: comprar
voto dos que se vendem por qualquer mixaria (usando dinheiro
público) e criar pânico na população
quando um governo de esquerda ameaça chegar ao poder. É assim, no Rio
de Janeiro, na disputa entre Marcelo Crivela e Marcelo Freixo, e é assim também,
em Belém, na disputa entre Zenaldo
Coutinho e Edmilson Rodrigues.
Na disputa do
Rio, até aqui, há uma tendência à vitória de Crivela em face da divulgação
sistemática e criminosa de boatos sem nenhum pé ou fundamento sobre Marcelo
Freixo que, diga-se de passagem, é uma das figuras mais íntegras e corretas da
política brasileira, já tendo até inspirado o deputado honesto e corajoso do
filme Tropa de Elite e, em face disso, conquistado o respeito e admiração de
Wagner Moura, o ator que fez o personagem do Capitão Nascimento no mesmo filme
e que coopera gratuitamente na sua campanha no Rio. Em Belém, a propaganda do
pânico em relação à esquerda aparece já no slogan usado por Zenaldo: BELÉM NO
RUMO CERTO E EM PAZ. O uso da frase, todavia, nos permite ridicularizá-la sem
dó nem piedade em função do que está implícito nela, pois o “rumo certo” que
ela aponta é mais quatro anos de caos e aprofundamento da já grave crise social
porque passa a cidade e a paz que ela cita, tem haver com a proximidade e
cooperação que a nova gestão do Zé Nada terá com a corrupção, a subtração de
direitos dos mais pobres e os desmandos autoritários do governo golpista de
TEMER, ou seja, trata-se da “paz” desejada pelos escravocratas da atualidade,
que abundam em partidos reacionários como o PMDB, PSDB, DEM e outros.
É uma paz, como diz a música do grupo Rappa (ver aqui), que não se deve ter ou aceitar porque significa que os honestos ficarão
prisioneiros e os corruptos e bandidos transitando livremente para lá e para cá.
É a “paz” do chicote que vigorou mais de 350 anos em nosso país e que dividiu a
sociedade entre os da Casa Grande e os da Senzala. É a “paz” que deseja que os
pobres e humildes se sintam satisfeitos e felizes por terem o que comer durante
o dia porque a crise, essa que agora é usada para justificar as atrocidades do
atual governo, não está fácil e todos devem se conformar até com redução de
salário, mais anos trabalhando para se aposentar, com a falta de escolas e de
hospitais públicos decentes e, em breve, com o fim das bolsas assistenciais,
pois estas, dizem os escravocratas da atualidade, tirariam a dignidade dos mais
pobres e os impediriam de crescer e de se desenvolver como pessoa, pois,
segundo eles, ficaram demais acomodados com esses “privilégios” recebidos e,
por conta disso, estariam deixando de querer trabalhar e, assim, deixando de
fazer girar a “roda da Ordem e do progresso” que, por tradição, quando gira mais rápido, concentra ainda mais riquezas nas mãos dos escravocratas.
Que “lindo e poético” é o
argumento dos nossos escravocratas, de modo que para dizer um NÃO BEM GRANDE a
esse discurso ao mesmo tempo cínico, imoral e preconceituoso basta votar
50 no próximo dia 30, tanto em Belém quanto no Rio de Janeiro.
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