O deuseco de nome Infortúnio agiu mais uma vez |
Por Fernando Lobato_Historiador
Fortuna era a
deusa da mitologia romana que, de forma aleatória, costumava eleger seus
preferidos premiando-os com uma vida próspera, longeva e feliz. Segundo as
lendas antigas, os eleitos por Fortuna estavam fadados à glória em tudo aquilo em
que estivessem envolvidos, deduzindo-se então que não cair nas graças protetoras da mãe Fortuna significava estar a mercê
da escravidão e de uma vida muito provavelmente infeliz. Cair nos braços da mãe Fortuna, portanto, era tudo que um
romano antigo desejava, visto que o não desfrute de seu manto protetor poderia significar a condição oposta, ou seja, ficar refém de um deuseco de nome
Infortúnio, criado por mim nesse momento para falar da queda do avião com o Teori dentro.
Caiu o avião
com Teori, o relator da Lava-jato no STF, vítimado pela ação do deuseco Infortúnio, uma operação iniciada para criar fatos que abrissem caminho para o afastamento do PT
do poder federal, mas que, pelo tipo de investigação, se viu obrigada a
mostrar um monte de fios soltos pelo meio caminho e, tal como a Ariadne da
mitologia, forçada também a andar pelo labirinto de onde provinham. E assim, foi se desdobrando em uma série de fases que pegaram com a boca na botija não
apenas parte significativa do PT, mas todo o PMDB, quase todo o PSDB e todas as
legendas partidárias que, entra e sai governo, estão sempre na sua base de
apoio. A operação, portanto, colocou a nú diante de todos nós, pobres mortais
ignorados pela deusa Fortuna, o modus operandi do estado brasileiro, bem como
os segredos de carreiras tão longevas e bem sucedidas como as de José Sarney,
Romero Jucá, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Fernando Collor, José Serra, FHC,
Geraldo Alckmin e muitos outros, sem esquecer, é claro, do atual presidente, esse que, por um
“acidente pavoroso” para nós, está ocupando o Planalto desde o ano passado.
O chato dos
acidentes que matam autoridades no Brasil está no fato do deuseco Infortúnio
sempre jogar contra nós, os pobres mortais ignorados pela deusa Fortuna. Toda
autoridade que morre vitimada por esse deuseco sem vergonha e mau caráter é quase
sempre bem intencionada e, portanto, motivo de esperança para a democratização
dos humores e graças da Fortuna. Infortúnio, portanto, está sempre agindo
contra nós para nos manter longe da Fortuna. Ele ignora nossa abominação por
ele e insiste em nos acompanhar e eis porque desconfio que está a serviço de
organizações criminosas, ou seja, daquelas que se vangloriam do caráter
compensador do crime, afinal, ser bandido no Brasil significa estar sempre nos
holofotes de uma mídia subserviente e atenciosa, andar em carrões luxuosos, ser
paparicado em todos os lugares por onde anda, etc, etc. O avião com Teori dentro,
portanto, caiu dias antes da homologação das 77 delações que atingiriam em
cheio todo o governo atual e todos os seus aliados de ocasião. Caiu vitimado, portanto,
pela ação do deuseco Infortúnio, esse que nos persegue e que está a serviço de criminosos extremamente perigosos e nefastos.
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