A Ditadura Temerária, a blindagem do Gato Angorá e a cretina escolha de Moraes para o STF


Por Fernando Lobato_Historiador

A Ditadura Temerária instituída com o GOLPE liderado por PMDB, PSDB e DEMOCRATAS segue seu curso focando nos seus objetivos centrais, ou seja, lucrar com as “medidas anti-crise” exigidas pelos “tubarões” do mercado e, de quebra, por um ponto final na Lava-jato para preservar a banda mais podre da “laranja” partidária brasilis.  Assim como as águas de um rio escolhem o curso mais fácil, a ditadura atual cria o próprio curso visando manter Temer a qualquer custo no poder, apesar do grave comprometimento que isso representa para o futuro de nosso país, usurpado mais uma vez na promessa de um amadurecimento institucional minimamente democrático. Não é pensando, todavia, em nosso bem-estar que ditaduras como a de Temer são instaladas e é isso que as torna obedientes  à máxima maquiavélica que diz que “os fins justificam os meios”, por mais cretinos e abomináveis que estes sejam.

O curso da ditadura atual começou com a absolvição dos “crimes” que Temer praticou junto com Dilma, ou seja, das “pedaladas fiscais”. Decreto assinado por Dilma, para os deputados e senadores golpistas, era prova cabal de crime de responsabilidade, mas o mesmo tipo de decreto assinado por Temer não. Tão logo consumaram o golpe, nossos “mocinhos da moralidade administrativa” aprovaram uma lei dizendo que o “crime” de Dilma não mais era crime (ver aqui) porque Temer teria que, obviamente, continuar cometendo a mesma prática “criminosa”. Mas cretinice e cara de pau extrema é uma das faces bem conhecidas de toda e qualquer ditadura e dois fatos recentes demonstram isso de forma exemplar: a nomeação de Moreira Franco para o cargo de Secretário Geral da Presidência da República  e a escolha de Alexandre de Moraes no lugar de Teori Zavascky, ou seja, do falecido “infortunado” por querer ser justo e imparcial (ver aqui).

A nomeação de Moreira, conhecido nas planilhas de propina da Odebrechet como Gato Angorá, é um remake do denunciado pelos “mocinhos da moralidade” quando Dilma nomeou Lula para a Casa Civil. Na época, Dilma foi acusada de manobra para dar foro privilegiado a Lula porque este estaria ameaçado pela caneta de Sérgio Moro (ver aqui). Lula já está ao alcance de Moro desde que Gilmar Mendes  – tucano igual a Alexandre Moraes-  manobrou sua caneta no STF e impediu a sua posse (ver aqui). A tese não se confirmou na prática, mas foi propagandeada à exaustão como evidência de que a “imoralidade” de Dilma atingira o fundo do poço. Nossos mocinhos da “moralidade” praticam agora, portanto, a mesma imoralidade que antes denunciaram e o Gato Angorá da Odebrecht, Moreira Franco, ainda tem a cara de pau de dizer que seu caso não se parece com o de Lula (ver aqui e aqui). 

Como fundo de poço não existe – pois sempre se pode cavar mais um pouco - temos ainda a “escolha” de Moraes para o STF. O fundo, portanto, ficou ainda mais fundo porque também é uma luz no fim do túnel, ou melhor, no fim dos riscos da Lava-jato para a trupe golpista no poder, pois Moraes, tucano como Gilmar, é um voto a mais pró PMDB-PSDB-DEM. É o prenúncio de que uma larga porta de absolvição será aberta em nossa mais elevada corte, cada vez mais afundada nos índices que aferem a sua fidelidade à igualdade jurídica que a mulher de olhos vendados tão bem representa. Igualdade jurídica prevista até mesmo no “catecismo” liberal que nossos “mocinhos” juram de pé junto seguir. Mas nem só de cretinice e cara de pau extrema vivem nossos “mocinhos”, visto que também gostam de nos afrontar com altas doses de hipocrisia explícita. A trupe reunida em torno do caixão de Teori, por sinal,  diz muito sobre isso (ver aqui).

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