Os Iluminnatis, a "democracia" norte-americana e a grande questão: É a crise que gera o caos ou o caos que gera a crise?
Por Fernando Lobato_Historiador
“Quem nasceu
primeiro: o ovo ou a galinha?” é uma questão muito usada para discutir a origem
das coisas. Cito-a, porém, não para falar da origem do mundo ou do homem, mas duma
questão que, depois de ridicularizá-la inicialmente, passei a encarar com
menos incredulidade: É a crise que gera o caos ou o caos que gera a crise? Aplicando-a
ao contexto histórico do entre guerras ela ficaria assim: Foi a crise de 1929
que empurrou o mundo ao caos e conseqüente loucura da 2ª Guerra Mundial ou a
Crise de 1929 foi um tipo de bomba relógio armada intencionalmente para gerar o
caos que depois empurrou o mundo à loucura da guerra? Embora tenha muitos simpatizantes, para mim
ainda é bem complicado considerar seriamente essa ótica alternativa porque ela nos
remete à ideia de um Clube Diabólico elaborando e executando planos cujo fim seria
a defesa do capitalismo e o domínio crescente do mundo pelos seus membros. Se
você já ouviu falar na teoria dos Iluminnatis, compreende perfeitamente o que
estou querendo dizer (ver aqui).
Quem crê nos
Iluminnatis, não tem dúvida de que o Clube de Bilderberg é a expressão máxima e
concreta dos mesmos na atualidade, visto que se trata de um grupo seletíssimo
que se reune secretamente para discutir e decidir sobre o futuro do mundo (ver aqui). Não dá, porém, pra considerar o mundo da mesma forma que Charles Chaplin
retratou no filme “O Grande Ditador” (ver aqui), ou seja, como algo que se pode
ter no controle das mãos fazendo com ele tudo o que se deseja, mas é inegável que,
após Revolução Industrial, ele ficou crescentemente menor em função das tecnologias
que encurtaram distâncias e nos integraram numa aldeia cibernética. As duas
grandes guerras, por sinal, ocorreram porque meia dúzia de países capitalistas disputaram
o controle do mundo entre si e a ONU, depois de criada, passou a ter cinco com
poder de veto sobre decisões aprovadas por quase duas centenas de estados.
Se há uma
coisa que não dá pra negar é que o mundo é refém de meia dúzia de “diabos” com
poder de produzir o caos. Outra coisa que também não dá
pra negar é que a riqueza mundial se concentra cada vez mais no pico de uma
pirâmide progressivamente menor e que chegou ao ponto de ter 62 pessoas controlando metade da riqueza planetária (ver aqui). Somente esse último dado, portanto, já é
suficiente para demonstrar que, apesar do sensacionalismo e evidente
exploração mercadológica, a teoria dos Iluminnatis não está tão longe assim da
realidade. Os EUA, acusado de ser o quartel general dos Iluminnatis, quando se
tornaram independentes da Inglaterra em 1776, ou seja, bem antes de tomarem a
direção do mundo da mãe que o pariu, lançaram a Doutrina Monroe afirmando que a América era dos americanos. Omitiram, porém, um detalhe: dos americanos
abençoados por Washington. Sem essa benção, com a exceção de Fidel Castro, ninguém
sobrevive muito tempo no poder.
No Brasil, a
interferência se intensificou com o fim da Era Vargas que, em 1954, bem antes
da angústia de Lula com a Lava-jato, se viu forçado ao suicídio para não acabar
na cadeia. O fato abriu caminho para que JK, com muito jogo de cintura, afugentasse
o caos político e a crise econômica. Fez isso, porém, contraindo dívidas com os
gringos e entregando-lhes o controle de nossa indústria (ver aqui). Quando João
Goulart entrou em cena e tentou mudar as regras do jogo, foi logo acusado de comunista e, portanto, um perigo à democracia. Resumindo: não
recebeu a benção de Washington e foi forçado a entregar o posto, em 1964, para
militares comprometidos com a “democracia” norte-americana, ou seja, com esse
modelo em que os votos da maioria não elegem o vencedor, mas o seu rival,
tal como agora com Trump (ver aqui).
Na “democracia” norte-americana, hoje vigente no
Brasil com Temer, empossado com um impeachment que Joaquim Barbosa, com toda
razão, chamou de Tabajara (ver aqui), não é o voto da maioria que decide quem governa
e é por isso que muita gente jura de pé junto que não houve GOLPE no Brasil em 2016. A maioria da população brasileira
foi contra a PEC do Teto dos Gastos Públicos, mas foi aprovada por um governo que a maioria da população também quer ver na cadeia, mas o problema é que os golpistas
ladrões chegaram ao poder porque receberam as bençãos de Washington, ou seja,
da “democracia” norte-americana (ver aqui). Dá pra prender quem tem "álibis" tão poderosos?
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