A ditadura do patrão, a Reforma da Previdência e o maior de todos os golpes

Marcelo Caetano é mais um caso de lobo cuidando do galinheiro (ver aqui)

Fernando Lobato_Historiador

O golpe que colocou Temer no Planalto instalou uma ditadura civil que tem o Executivo e o Legislativo como sócios principais e a responsabilidade fiscal e o combate à corrupção, quem não é bobo está convencido disso, não passaram de “cavalo de tróia” para derrubar uma democracia que, como se viu, tinha muralhas de barro e esta, por 13 anos, ironicamente o número do PT, manteve no Planalto um projeto político que não mordia e mesmo assim assoprava a estrutura neoliberal do país, ou seja, a estrutura montada para garantir a supremacia do mercado sobre os interesses da sociedade e é isso que explica porque os ricos, mesmo na era PETÊ, ficaram ainda mais ricos (ver aqui).  Nessa estrutura, o mercado é o patrão e a sociedade o empregado, mas, se quiser, pode também chamá-lo de consumidor.

Servindo ao patrão mercado para poder receber as doações eleitorais que lhe mantiveram no poder (ver aqui), os governos do PT, em função do “TRABALHADORES” de sua sigla, tiveram de fazer, ainda que pouco, também pelos empregados, sobretudo os de baixa renda, fato comprovado por programas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e, também, na resistência contra o desmonte e liquidação da legislação trabalhista e previdenciária vigente, taxada sempre de arcaica pelo patronato. Apesar da docilidade com o patrão mercado, este, como se viu, cansou do petismo cor de rosa de Lula e Dilma e partiu de vez para o ataque. É importante dizer que o mercado capitalista nunca foi amigo nem da democracia nem dos direitos humanos.

Na Idade Moderna (Sec. XV-XVIII) financiou e garantiu o poder dos reis absolutos para expandir sua atuação mundo afora e os povos nativos do Brasil, da África e da Ásia foram os grandes vitimados desse processo cruel baseado na exploração dos trabalhadores, sejam eles assalariados ou escravizados. Quando os reis absolutos deixaram de ser úteis aos interesses do mercado, as burguesias nacionais se livraram deles, passando a dirigir diretamente as estruturas estatais apelando, inclusive, para o discurso democrático. Liberdade, igualdade e fraternidade foi o slogan da maior de todas as revoluções liberais: a francesa. Consolidados no poder, jogaram o slogan no lixo e abandonaram o discurso democrático instituindo o voto censitário, ou seja, mantendo subserviente e refém a sociedade, visto que ficou alijada da participação política, pois somente os ricos tinham direito de voto e de candidatura (ver aqui).

Usada como “cavalo de Tróia” no golpe, a tal da responsabilidade fiscal continua sendo útil para a ditadura temerária. Já foi usada para impor o tal Teto de Gastos Públicos, criado para diminuir a ação do estado em áreas como saúde e educação e, consequentemente, ampliar a atuação do setor privado nesses segmentos. No momento, a tal da RESPONSABILIDADE FISCAL é também o cavalo de Tróia do ataque à previdência (ver aqui). Tal como ocorreu com a educação e a saúde pública, a previdência também será precarizada para empurrar forçadamente um enorme quantitativo para o ensandecido mercado privado. Essa avidez paranóica do mercado pela ocupação de espaços até já me fez escrever um texto onde afirmei que o estado, de mínimo, está virando micro, ou melhor, quase microscópico, pois, daqui a pouco, a gente vai olhar olhar e olhar e não vai mais enxergá-lo (ver aqui). O ataque aos valores democráticos e aos direitos humanos que vemos na atualidade é parte do estratagema montado para desmontar o pouco de proteção trabalhista e previdenciária que ainda dispomos. O maior de todos os golpes, portanto, ainda está por vir (ver aqui).



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