Rodrigo Maia, do "Democratas", antigo PFL, da base de apoio da Ditadura Militar, é mais um exemplo cabal de NÃO SER |
Por Fernando Lobato_Historiador
“Ser ou não
ser, eis a questão” é a frase mais famosa da dramaturgia mundial. Ela aparece
na peça Hamlet, príncipe da Dinamarca, de Willian Shakespeare. Nela, o príncipe
Hamlet vive angustiado diante da dúvida de assassinar ou não o próprio tio, que
se fez rei depois de envenenar seu pai. O sentimento de vingança contra um rei
ilegítimo, portanto, é o ponto central da peça (ver aqui). Todavia, trata-se de
um sentimento que a ética de Hamlet questiona intensamente. Será correto destruir
o mal com práticas maléficas?, ou dito de outro modo, será que um erro
justifica outro?. Ser ou não, portanto, é uma questão que dá muito pano pra
manga se o objetivo é o debate acerca da natureza humana e, na internet, encontramos
muitos artigos encarando-a seriamente. Num deles (ver aqui), diz-se que o SER
teria haver, primeiramente, mas naõ apenas, com a existência biológica e o não ser teria mais haver com a
negação deliberada e consciente dos sentimentos e valores mais profundos que nos
fazem de fato humanos. Resumindo: alguém pode existir em completa contradição
com a natureza humana e, por conseqüência, assumindo posições prá lá de
cretinas na vida em sociedade.
Rodrigo Maia,
Presidente da Câmara dos Deputados, junto com a maioria daqueles que hoje tem o
poder de legislar sobre a nossa vida, vem se mostrando um exemplo cabal desse
NÃO SER. Desumano, insensível e, portanto, prá lá de cretino, teve a ousadia de
dizer em alto e bom som que a JUSTIÇA DO TRABALHO nem deveria existir porque,
segundo ele, atrapalha a relação entre patrões e empregados (ver aqui). Pode se
até pensar, à primeira vista, que ele está preocupado com o alto nível de desemprego
hoje vigente, mas o fato é que sua cretina afirmação tem haver mesmo é com a
deliberada intenção de tornar ainda mais frágil a situação do empregado diante
do patrão, ou seja, garantir que ele seja, na melhor das hipóteses, um semi-escravo.
A Justiça do Trabalho existe para verificar se a legislação trabalhista está
sendo cumprida pelos patrões e, caso não esteja, funcionar como espaço de
denúncia para os prejudicados.
É importante destacar que a Justiça do Trabalho
tem grandes limitações para se fazer presente pelo país afora. Além disso, age
somente a partir de denúncias que, como sabemos, são apenas uma pequena parte dos
abusos e transgressões cometidas pelo patronato. Apesar de insuficiente, cumpre
um importante papel num país onde a escravidão foi legal por mais de 350 anos e
onde a cultura dita empresarial mantém um forte ranço escravocrata. Ela, portanto,
NÃO APENAS DEVE CONTINUAR EXISTINDO como, assim como o MPF e a PF, deve ser também
fortemente aparelhada para cumprir melhor o seu papel. O que não deveria existir
era políticos do naipe de cretinice de Rodrigo Maia, o BOTAFOGO nas planilhas
de propina da Odebrecht. Um corrupto notório que, provavelmente na próxima segunda,
terá seu nome entre os denunciados por Janot ao STF (ver aqui).
Comentários
Postar um comentário