A "liberdade" parlamentar, a convicção "ideológica" e a resistência "democrática" de Marun, Maia, Temer e aliados
Por Fernando Lobato_Historiador
Se a delação da JBS rasgou
de vez a máscara de Temer, de Aécio e dos partidos da base do governo
temerário, a convocação das Forças Armadas deixou a nu a DITADURA PARLAMENTAR
instalada no país desde maio de 2016. O ato de Temer confirma que, se preciso, convocará
novamente as FA para garantir que as reformas que o mercado encomendou, trunfo que garante o apoio das grandes corporações econômicas nacionais e
internacionais, não sofram atrasos em face da crise.
Mesmo quando já estiver fora do governo, Temer conta com a “solidariedade” desses
aliados que sempre atuam por detrás das cortinas, mas que, quando escândalos
como o da JBS ocorrem, são forçados a ficar diante dos holofotes, que o digam
Marcelo Odebrecht e Wesley Batista.
A bandidagem “patriota” de que falei no último post (ver aqui) permaneceu, até altas horas da noite de
ontem, no plenário da Câmara votando medidas em “prol do povo brasileiro”. Num dos momentos
de pausa, Carlos Marun subiu ao púlpito para dizer que a “liberdade”
parlamentar, a convicção “ideológica” e a “democracia” tiveram um dia de glória
em 24.05.2017 porque Temer convocou as FA para protegê-las. Rasgando elogios a
Rodrigo Maia e Michel Temer, o ex-general da tropa de choque contra a cassação
de Eduardo Cunha, agora general do governo CUNHA-TEMER (ver aqui), acusou de
baderneiros, vândalos e terroristas os que ontem invadiram Brasília. A “democracia”,
disse ele, foi ameaçada e a convocação das FA se justificou plenamente.
Não
esclareceu, porém, que essa tal “liberdade” parlamentar tem relação com as exigências
dos tubarões do mercado, ou seja, com a “liberdade” para entregar de qualquer
jeito as encomendas já pagas (ver aqui e aqui). Não disse também que a
convicção “ideológica” que mobiliza a bandidagem “patriota” para a aprovação
das reformas tem relação com o tráfego intenso de malas entupidas de dinheiro
como aquela que Rodrigo Loures, homem de confiança de Temer, fez sumir e
reaparecer (ver aqui). A “democracia”,
de que falou Marun, foi realmente protegida e garantida, mas não disse que falava da “democracia
burguesa”, ou seja, disso que costumo chamar de DITADURA DO MERCADO ou ditadura
parlamentar temerária. A bandidagem “patriota” se sentiu tão segura ontem que
votou medidas até tarde da noite. Quando os patrões dessa corja exigem
resultados, os seus serviçais, muito bem recompensados por sinal, costumam ser
bem produtivos.
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