Fernando Lobato_Historiador
O Fascismo foi um tipo de 3ª
via política criada no entre guerras (1919-1939) com o fim de barrar a disseminação
de regimes socialistas ou comunistas (2ª via). É, portanto, uma doutrina típica
da chamada DIREITA RADICAL, pois não respeita valores do LIBERALISMO (1ª
via), tais como a não intervenção do estado na economia, a realização de eleições
para a formação de governos (DEMOCRACIA REPRESENTATIVA ou Burguesa), o estado
laico, a tolerância religiosa e o respeito aos direitos humanos fundamentais
(livre religião, liberdade de imprensa, livre organização de partidos, direito
à vida, etc). O Fascismo é auto-declarado inimigo mortal da esquerda (2ª
via), defendendo, inclusive, a eliminação física (assassinato) de seus
militantes, tidos por eles como baderneiros que promovem a divisão da nação ao
oporem os interesses dos pobres aos dos ricos e, por conseqüência, os piores
inimigos da nação. É certo que o fascismo na Alemanha foi representado pelo
Partido Nazista de Hitler, que na sigla tinha o chavão NACIONAL-SOCIALISTA,
numa clara estratégia para confundir e dividir o eleitorado que votava na esquerda vermelha (socialistas e
comunistas) O Fascismo faz apologia dos militares como classe redentora da
nação e professa inimizade feroz não apenas à esquerda, mas também à chamada direita tradicional ou clássica
(liberais).
O fascismo busca apoio nos conceitos de família, religião, estado e nação, com os quais, de forma ardilosa, constrói discursos marcados pela “justificação” do ódio aos que
discordam do que defendem, numa clara nostalgia da Inquisição da Idade Média,
quando era comum a tortura e execução dos “hereges” na fogueira “santa”, ou
seja, no que era tido como fogo “purificador” ou extirpador do “mal” (ver aqui).
O fascismo, portanto, faz um apelo muito forte para a emoção e boa fé das pessoas
mais simples utilizando a retórica da luta entre “Deus” e o “diabo”, sendo que
os diabos são todos os que lhe fazem oposição. Eis porque, nos modelos
fascistas europeus, sempre houve a figura de um “MESSIAS” ou “SALVADOR DA NAÇÃO”,
a qual todos deviam ser obedientes, pois assim, defendem, deve proceder o “bom
cristão”. O valor democrático, ou seja, da participação do cidadão no governo, como
se vê, é completamente anulado, pois o “MESSIAS”, que concentra todo o poder, é
propagandeado como completamente em sintonia com o sentimento e vontade do
povo, ou seja, como encarnação da nacionalidade a ser protegida dos vermelhos
da esquerda. Na invasão de membros do MBL na Câmara dos Deputados (ver aqui)
tem-se um bom exemplo dessa postura beata e fervorosa que a propaganda fascista
busca reproduzir nos seus militantes. Quando vitorioso politicamente, o
fascismo estabelece a mais cruel e perversa das ditaduras, bastando ver o
balanço da experiência NAZISTA na Alemanha de Hitler (ver aqui e aqui).
O Nazismo de Hitler foi, portanto, o principal
exemplo de um governo fascista, sendo que, além de socialistas, anarquistas, comunistas
e liberais, houve a inclusão dos judeus no rol dos “diabos” a serem eliminados
em nome da grandeza alemã – o Holocausto. O Bolsonarismo, movimento que quer colocar Bolsonaro na presidência, bebe na doutrina
fascista, ainda que não assuma isso, mas nem precisa, basta observar o discurso
raivoso que fazem contra as idéias socialistas e contra os partidos mais à
esquerda (PT, PC do B e PSOL). Tal como no fascismo da
Europa do entre-guerras, o Bolsonarismo se apropria da idéia da luta entre o
bem (eles) e o mal (a esquerda e quem vier a lhe fazer oposição). Bolsonaro,
inclusive, é tido como o “MESSIAS” do Brasil. O caráter antidemocrático desse
movimento se percebe aí, visto que não é no povo que está a solução e sim em
Bolsonaro, o “mito” como dizem. Não por acaso ele busca ser candidato por um
partido que tenha CRISTÃO na sigla e por isso está no PSC (Partido Social Cristão).
Como o próprio PSC não parece disposto a lançá-lo candidato, já cogita
filiar-se ao PSDC (Partido Social Democrata Cristão) (ver aqui). Para os que
torcem pelo GOLPE MILITAR, Bolsonaro é o
candidato dos sonhos, pois acreditam que, se eleito, vai fechar o congresso e restabelecer
a Ditadura Militar. Em alguns vídeos (aqui e aqui) fica claro o porque dessa
crença. A frase LOBO TRAVESTIDO DE CORDEIRO é a que melhor define o “mito”
Bolsonaro. (Vixe vixe! Valei-me nossa senhora! Deus nos proteja! Afastai de nós esse cálice!, pois Hitler não era
nenhum messias, mas a encarnação do 666
ou ANTI-CRISTO do Apocalipse– ver aqui).
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