Por Fernando Lobato_Historiador
O arquivamento da 1ª
denúncia contra Temer, um resultado já esperado, foi garantido por deputados que justificaram
sua cumplicidade com os crimes presidenciais em face da estabilidade econômica,
da necessidade de paz na política, da retomada do crescimento, da diminuição do desemprego,
da urgência da reforma da previdência e, pasmem, da responsabilidade, patriotismo
e compromisso com a nação. Mais uma vez assistimos um show de cinismo dos que
já defini como BANDIDAGEM PATRIOTA (ver aqui). É certo que muitos assumiram
essa postura em face da liberação antecipada de milhões em verbas das chamadas
emendas impositivas (ver aqui). Enquanto Temer estiver com a caneta na mão, tem
como liberar verbas que podem usar como trunfo na campanha eleitoral de 2018,
mas é bem provável que, quando a 2ª ou 3ª denúncia de Janot chegar à
Câmara (ver aqui), muitos mudem de lado apostando que serão lembrados ano que vem pelo
último voto dado na questão.
Temer, em face da natureza urubu (ver aqui) dos que lhe apoiam, ganha sobrevida no cargo tendo clareza de que pode
ter tido uma vitória de Pirro (ver aqui). Para ganhar a segunda batalha e uma provável vitória
na guerra contra a Lava Jato, sabe que precisará arrombar ainda mais as já por
demais arrombadas contas públicas, pois renúncias fiscais como a dada aos
ruralistas (ver aqui), que podem ter garantido mais de 200 votos na primeira
denúncia, novos aumentos de impostos como o dos combustíveis (ver aqui) e maior
oferta de cargos e benesses aos deputados urubus continuam sendo medidas
necessárias para se manter no cargo até 2018. Apesar da desonestidade e
banditismo que caracteriza as forças de mercado que sustentam Temer e o mundo
político corrupto, estas sabem que é temerário manter um presidente nestas condições
em face do risco de quebra da “institucionalidade democrática” que defendem de forma
apenas retórica.
Vivemos sob a
DITADURA DO CAPITAL, mas é fundamental jogar sobre ela pelo menos um fino véu de
DEMOCRACIA para que não fique explícita
demais. Na Ditadura Militar (1964-1984), por exemplo, o Congresso Nacional não
foi completamente fechado exatamente para passar a imagem de que a ditadura não
era tão ditadura assim, ou seja, que era uma DITABRANDA conforme defendem
alguns (ver aqui). Eis porque ainda acho que Temer não resistirá à 2ª ou 3ª denúncia,
pois manter a ESTABILIDADE DA CORRUPÇÃO e a PAZ DA BANDIDAGEM de forma tão
cínica e descarada pode mexer com os brios não apenas de uma população
crescentemente descontente, mas também com o brio de parte das FA, principalmente quando
está sendo utilizada no combate à bandidagem
que não usa paletó nem gravata (ver aqui) com o fim de promover e dar algum
crédito à bandidagem que costuma usar essa indumentária no Congresso Nacional e
no Palácio do Planalto.
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