A PGR, o super Janot e a Realpolitik


Por Fernando Lobato_Historiador

Um herói de verdade não é nenhum deus nem muito menos um semideus. Um herói de verdade é tão somente um homem como outro qualquer, mas que, quando instigado a cumprir o papel que lhe cabe como homem, o cumpre apesar dos riscos, da oposição e dos dissabores que isso possa representar. O não herói, portanto, é aquele que afrouxa ou se acovarda diante do perigo fazendo opção pela pílula azul do filme Matrix (ver aqui), ou seja, que faz vista grossa e se acomoda à realidade considerada impossível de mudar. Dentro desses parâmetros, não é Sérgio Moro que merece ter boneco inflável com os trajes do super-homem, mas sim Rodrigo Janot, Procurador-Geral da República que encerra o seu mandato nesse fim de semana, uma data histórica no Brasil, sem dúvida alguma. E a razão é simples: Moro não conduz nem dirige investigações, pois é um mero juiz, ou seja, alguém de quem se espera um julgamento justo e imparcial, aspectos que, aliás, são muitos questionáveis na sua conduta. Heróis de verdade costumam se agigantar diante de gigantes, tal como Davi no combate contra Golias. Não há, portanto, heroísmo quando se usa de valentia contra os mais fracos e se amofina quando a encrenca de fato engrossa, sendo esse o caso de Moro quando Eduardo Cunha cogitava se tornar delator (ver aqui).


Janot, portanto, junto com seus auxiliares na PGR, merece o título de herói da pátria porque se agigantou diante de gigantes, sobretudo quando o quesito é safadeza e cara de pau, e não se amofinou nem mesmo depois que DEUS INFORTÚNIO se enfureceu contra o ex-ministro Teori (ver aqui). Heróis são heróis de verdade não porque fazem uso de armas espetaculosas como as do Batman ou do Homem-aranha, mas de armas aparentemente infantis, tal como a pedra e a funda de Davi, que, em vez de derrubar passarinhos, vitimava gigantes pra lá de boçais e arrogantes.  Janot usou como arma tão somente uma caneta, à qual, num momento de ilação quase infantil, chamou de flecha. Não foi, todavia, a ilação dos que foram atingidos pelo super poder de sua caneta, ou seja, dos vilões da vida real. Para esses, a ficção que contam é que deve ser tida como realidade concreta, visto que consideram ilação as ações que entendem “desrespeitosas” ou, no dizer do Partido do Mais de um Bilhão (PMDB) – ver aqui -, profundamente “IRRESPONSÁVEIS” com nossa REALPOLITIK. Não é certo dizer que a traquinagem de Janot de puxar o calção frouxo de nossa realpolitik a ponto de deixá-la com a bunda completamente de fora irá ser louvada pela Câmara dos Deputados ou por nossos tribunais superiores, mas, independentemente disso, justo é dizer: VALEU SUPER JANOT!!!!!
 

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