Temer, Aécio e a Ditadura da Direita Tradicional


Por Fernando Lobato_Historiador

A crença de que não houve um golpe parlamentar no país, no atual andar da carruagem histórica brasileira, somente tem alguma lógica de ser entre os direitistas, sejam eles tradicionais ou reacionários. O parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) inocentando Temer da robusta denúncia por obstrução de justiça e formação de quadrilha da PGR (ver aqui) e a recondução de Aécio ao mandato no Senado depois de um breve afastamento por determinação da 1ª turma do STF (ver aqui) são fatos que comprovam de forma cabal a vitória inequívoca do projeto de captura criminosa do estado orquestrado quando a Lava-jato começou a ameaçar a banda representante da DIREITA TRADICIONAL que dirige nossa pseudo-república, apesar de um intervalozinho aqui e acolá,  desde Prudente de Moraes (1894-1898) – ver aqui.
  A aliança às pressas dessa banda, prá lá de podre e corrupta, teve como capitães os personagens que hoje achincalham a imagem e dignidade de uma nação já quase acostumada com o cheiro de podridão no ar: Aécio Neves e Michel Temer. Embora tente desesperadamente se desvincular das consequências eleitorais de uma cumplicidade tão íntima com Temer e o PMDB, que traz à memória a experiência de Jucá em matéria de mutretas e surubas (ver aqui),  a banda do PSDB de Alckmin e Jereissati segue sua sina de submissão a Aécio. Ontem, perderam uma oportunidade de ouro para uma ruptura com um mínimo de credibilidade. A volta de Aécio com 100% dos votos do PSDB e mais de 90% do PMDB, depois da intimidação e capitulação de Carmem Lúcia, junto com a quase certa rejeição da 2ª denúncia contra Temer, representa a vitória inequívoca do projeto golpista da Direita tradicional. Vitória que os fortalece e encoraja para golpes ainda piores, bastando ver a legislação indevida do Ministério do Trabalho em matéria de trabalho escravo (ver aqui).

Diante de tanto descalabro da DIREITA TRADICIONAL NO PODER, a DIREITA REACIONÁRIA, essa que vê o diabo toda vez que vê uma bandeira vermelha diante de si (ver aqui), engrossa ainda mais o discurso numa solução salvacionista, seja com Bolsonaro em 2018, seja com uma Intervenção Militar já e imediata. Mas essa mesma direita reacionária, seja por pura má fé ou amnésia voluntária, esconde o fato de que, se um dia chegar ao poder, já que não gosta de pobre e odeia tudo o que lembre SOCIALISMO, terá OBRIGATORIAMENTE que primeiro se curvar para BEIJAR A MÃO e em seguida se ajoelhar para beijar também os pés dos mesmos setores que hoje apoiam Aécio e Temer (FIESP, grandes banqueiros, mega-latifundiários e empresários como Blairo Maggi, etc). A viagem de Bolsonaro aos EUA (ver aqui) é apenas um dos ensaios preliminares desse ritual obrigatório, ou seja, se botar no peito a faixa presidencial, teremos, no Planalto e no Congresso, a continuidade  da corrupção e dos ataques aos direitos dos trabalhadores, mas com um discurso mais raivoso e quase insano, muito próximo ou uma cópia do estilo TRUMP de ser.


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