Por Fernando Lobato_Historiador
Prosseguindo com a análise das candidaturas ao Planalto em 2018, falaremos de Ciro Gomes.
O ex-prefeito de Fortaleza (1989-1990), ex-governador do Ceará (1991-1994),
ex-ministro da Fazenda (1994-1995) e da Integração Nacional (2003-2006) é, sem
dúvida alguma, o mais preparado, tecnicamente, dos postulantes. Bem
avaliado em todos os cargos que já ocupou, Ciro, além de experiência e
conhecimento sobre a máquina pública nas várias esferas, é um dedicado
estudioso dos problemas do país. É alguém, portanto, que tem se preparado para
ocupar a presidência. É a 3ª
vez que tenta chegar ao Planalto. Nas duas anteriores, concorreu pelo PPS
(Partido Popular Socialista) e, nas duas, ficou atrás dos candidatos do PSDB (que
venceu com FHC em 1998) e do PT (que venceu com Lula em 2002) (ver aqui e aqui).
No 2º
turno de 2002, apoiou Lula na vitória deste sobre José Serra e, nos dois
mandatos do petista (2003-2010), foi seu aliado incondicional. Tinha, porém, a
pretensão de sucedê-lo em 2011 e, por isso, tentou disputar as eleições de 2010
contra Dilma pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro), mas acabou tirado do
páreo pelo então cacique do partido, Eduardo Campos, que articulou apoio ao PT (ver aqui).
Campos, na verdade, não queria projetar Ciro contra si mesmo, pois pretendia
candidatar-se à presidência em 2014, fato que se confirmou depois, mas que não
se concretizou em face do acidente aéreo fatal que lhe tirou a vida e pôs
Marina da Silva em seu lugar (ver aqui e aqui).
Ciro
decidiu fazer a 3ª
tentativa em função da condenação de Lula. Esperava que o PT lhe declarasse apoio
em face de sua fidelidade ao ex-presidente em seus dois mandatos. Todavia, para
além do apoio negado, ainda assistiu Lula e o PT fazendo malabarismos para
enfraquecê-lo e isolá-lo na disputa (ver aqui). Sem o apoio de outros partidos,
Ciro, que concorre pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista), perde muita
competividade. Ele sabe que, concorrendo contra Lula e o PT, suas chances são
reduzidas. Tem a favor de si, porém, além do conhecimento e experiência, a ficha-limpíssima,
pois nunca foi acusado de improbidade com dinheiro público. Contra ele, tem ele
mesmo, ou seja, o pavio curto e a língua solta. Nas eleições de 2002, por exemplo,
perdeu muitos votos por conta da irritação com um repórter que lhe fez
pronunciar uma frase infeliz e que foi muito bem explorada pelos adversários
(ver aqui). Em 2018, Ciro está mais maduro e demonstra mais controle dos nervos
e da língua, mas, ainda assim, não deixou de produzir munição contra si (ver aqui). No debate da Band, por sinal, a preocupação em não ser agressivo
com as palavras, acabou limitando o seu desempenho. Foi simpático até demais da
conta quando fez perguntas a Geraldo Alckmin e Jair Bolsonaro quando, na minha
opinião, deveria ter sido mais confrontador. Se controlar bem os nervos e a
língua ate 07 de outubro e for capaz de mostrar aos eleitores sua capacidade já
comprovada como gestor público, tem tudo para fazer uma grande campanha, apesar
das limitações de tempo na TV e de recursos para gastar.
Essas eleições sem dúvida nenhuma serão imprevisivies, resolvida nos 45 finais, penso que se LULA apoiasse CIRO a peia na DIREITA seria na certa.
ResponderExcluirMas, vamos ver como as coisas irão se tornar daqui para frente com HADADE